Novo recorde dos leilões, essa Ferrari 250 GTO, de 1962, foi arrematada por US$ 48 milhões (em torno de R$ 198 6 milhões, numa conversão direta). O carro mais caro já leiloado, com chassi número 3413 GT, foi a terceira das 36 GTOs produzidas entre 1962 e 1964 e pertencia ao colecionador Greg Whitten, ex-chefe de arquitetura de software da Microsoft. A venda foi realizada pela RM Sotheby's, nesta sexta, durante o Pebble Beach Concours d'Elegance, em Monterey, Califórnia (EUA). Essa é a definição de o que é pagar caro por um carro, e não os “modestos” R$ 11,3 milhões, preço que se paga por um Bugatti Chiron, por exemplo - o carro de produção mais caro do mundo.
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Essa Ferrari 250 GTO conta, também, com histórico de sucesso nas pistas. Este exemplar começou a sua vida como um carro de testes e, em seguida, competiu na Targa Fiorio, nas mãos de Phil Hill . Depois dele, a italiana passou por Lualdi-Gabardi, piloto que venceu 9 de 10 corridas no Campeonato de Turismo Italiano. Em seguida, Lualdi-Gabardi a vendeu para Gianni Bulgari (fundador da Bulgari), quem também venceu um Targa Fiorio, em 1963. Corrado Ferlaino, outro piloto, assumiu sua posse em seguida, no ano de 1964, antes de outros incontáveis donos. Isso até chegar ao milionário da Microsoft.
Ferrari 250 GTO: Pedigree sobre pedigree
Ao todo, o exemplar disputou 19 corridas, somando 16 vitórias - sendo duas na Targa Florio, uma das provas mais antigas e importantes do mundo e o título de 1962 do International Championship for GT Manufacturers. Além disso, também é um dos mais originais e conservados, segundo especialistas, e uma das três com carroceria Scaglietti , que inclui spoiler traseiro aparafusado e luzes de pisca abaixo dos faróis.
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Essa Ferrari é considerada por muitos o último GT com motor grande, no caso um 3.0 V12 de 300 cv, associado a um câmbio manual de cinco marchas. Seu design, com apelo marcante, bem como a exclusividade, são fatores determinantes para sua valorização crescente e infinita no mercado. Isso se evidencia pelos altíssimos valores arrematados para o modelo.
Para Shelby Myers, especialista em autos antigos da RM Sotheby's: "Devido à evolução da tecnologia e das normas de segurança que se seguiram, a Ferrari 250 GTO era essencialmente o último verdadeiro carro de corrida para as ruas, marcando o fim de uma era em que os pilotos realmente sujavam as mãos. Este foi o último carro que você poderia estacionar em sua garagem, dirigir para a pista, ganhar a corrida e depois dirigir para casa". A própria Ferrari define a GTO como "o carro que resumiu melhor a filosofia da Ferrari: os mais altos níveis de desempenho e estilo".
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A sigla "GTO" vem do italiano "Gran Turismo Omologata", que quer dizer que todas as 36 Ferrari 250 GTO produzidas eram voltadas às pistas e podiam rodar publicamente. Vale lembrar que GTs são, essencialmente, modelos de luxo de alto desempenho, capazes de manter altas velocidades por longas distâncias, com arquitetura que, em geral, é a de uma carroceria cupê com motor frontal e tração traseira.