Ainda sob os efeitos da pandemia do novo coronavírus, a indústria automobilística brasileira encontra alguns motivos para comemorar os resultados de novembro. De acordo com o balanço divulgado pela Anfavea, divulgado nesta segunda-feira (7), os volumes de produção e exportação superaram os patamares do mesmo mês do ano passado.
Em novembro, segundo a Anfavea , foram produzidos 238.200 veículos no Brasil. Volume 0,7% maior do que na comparação com outubro e 4,7% superior ao de novembro de 2019. Já para o mercado externo, foram exportados 44.007 unidades, o que segundo a associação que reúne os fabricantes de veículos baseados no País é o melhor resultado desde agosto de 2018.
Desempenho no mercado externo que é explicado por valores como o represamento nas vendas nos últimos meses e a antecipação de embarques de veículos por conta do final do ano. Já o mercado interno fechou com 225.010 unidades licenciadas, alta de 4,6% sobre o mês anterior.
"Os bons números de novembro dão alguma esperança para um 2021 melhor, desde que a pandemia seja controlada por vacinas, e que o ambiente de negócios no país seja estimulado por medidas de controle da dívida pública e reformas estruturantes que nos permitam ser competitivos", afirmou o Presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes.
O outro lado
Mas os resultados positivos do 2º semestre não foram capazes de reverter os péssimos resultados da primeira metade de 2020.
No acumulado do ano, a produção de 1.804.759 unidades é 35% inferior à do ano passado, enquando o número de veículos emplacados (1.814.470) é 28,1% menor que o dos 11 primeiros meses de 2019. Em exportações, o total de 285.925 veículos exportados ainda é 28,4% menor que em 2019, que já havia sido um ano de forte queda.
Apesar da produção em rítmo de aceleração, a Anfavea destaca que esse volume foi insuficiente para atender à demanda e os estoques ainda preocupam. Atualmente, cerca de 120 mil veículos estão estocados nas fábricas e na rede de concessionários. Volume que seria suficiente para atender a apenas 16 dias de vendas.
"Teremos de superar alguns desafios imediatos em nosso setor e no país, como o aumento dos casos de covid-19, o risco de paralisação por falta de autopeças e a pressão de custos ligados ao câmbio e insumos. Tudo isso vem prejudicando uma retomada mais rápida da indústria", Completou o Presidente da Anfavea
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