Mesmo com a queda de 30,17% nos emplacamentos de veículos em janeiro na comparação com dezembro, a Fiat fechou o primeiro mês de 2021 com motivos para comemorar. A fabricante italiana conquistou a liderança do mercado brasileiro com 30.888 automóveis emplacados e uma participação de 19% de mercado. Dentro desse cenário, a empresa apresentou a sua lista de novidades para este ano.
O fabricante confirmou o lançamento do Fiat 500 elétrico, da Toro reestilizada (que deve chegar ainda no primeiro semestre trazendo também o novo motor 1.3 Firefly turbo), da picape Strada CVT e do SUV do Argo , carro que chega no segundo semestre. O SUV do Argo será o primeiro utilitário esportivo da Fiat no Brasil, fazendo com que a empresa seja a última do top 10 dos fabricantes brasileiros a contar com um SUV na sua gama de modelos.
Segundo Herlander Zola, diretor da marca Fiat no Brasil, não houve erro de planejamento nessa estratégia. "Numa companhia desse tamanho, temos que escolher onde investir. As nossas decisões se deram no tempo correto para cada marca. A antiga FCA tomou uma decisão correta ao investir na marca Jeep para torná-la líder de mercado. Vai ser uma entrada triunfal [da Fiat] no segmento", destaca o diretor da Fiat.
Ainda de acordo com Zola, os próximos lançamentos da marca italiana demonstram a mudança do foco da Fiat no Brasil, deixando um pouco de lado os modelos populares para se concentrar em faixas superiores, com um ticket médio (e a rentabilidade) maior para o fabricante.
"A nova Strada trouxe um cliente que não vinha mais para o nosso showroom, que passou a enxergar a troca de um carro de passeio por uma picape. Mas isso acabou gerando também um impulso importante na venda do Argo e do Cronos. E da Toro também. Muitos clientes que chegaram procurando uma Strada Volcano saíram da concessionária com uma Toro de entrada".
Fiat Uno
A criação da Stellantis , que no Brasil é representada pelas marcas Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën, vai exigir mudanças no posicionamento de produtos para evitar a concorrência interna.
No caso dos italianos, um dos modelos mais ameaçados nesse novo cenário e o Uno, que fechou janeiro com menos de metade das vendas de Mobi e Argo . Mas Zola destaca que ainda não exista uma decisão final sobre o futuro do modelo. "O Uno tem espaço e vai continuar sendo vendido até o ponto em que for necessário mudar. Vamos ter que tomar uma decisão quando chegar o momento".
Além do bom desempenho em vendas em outros mercados da América do Sul, o desempenho do Fiat Uno no mercado de vendas diretas ainda justifica a sua manutenção na linha de montagem. De acordo com a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), o Fiat Uno fechou janeiro com 2.059 unidades comercializadas. Desse total, 1.986 foram via venda direta.
"Quando você olha a entrega de valor do Uno, você percebe que ele tem uma proposta positiva e que tem espaço em vendas diretas. Continua sendo um modelo viável também em outros mercados da América do Sul, completa o diretor da Fiat .