Durante o final da década de 50, numa fase importante para o crescimento da economia brasileira, a General Motors do Brasil inaugurou sua nova planta na cidade de São José dos Campos.
Dela surgiriam os primeiros frutos como a emblemática 3100 de 1958 e a Amazonas, além dos modernos veículos da série C , lançados em 1964. Neste emergente e disputado nicho de mercado fez com que a GM concentrasse suas forças na picape C10 de 1974, uma evolução das C14 e C15.
A concorrência neste importante mercado de utilitários tinha rivais fortíssimos como a Ford com sua F100. A esta altura, a “cara” da C-10 apresentava um certo cansaço em comparação à concorrente, mas para a GM o momento era apelar para sua indiscutível robustez do conjunto mecânico e isso ela sabia fazer muito bem.
Em um dos principais anúncios publicitários, por exemplo, a marca destacou o slogan “Close-up do pick-up Chevrolet” apontando para o potente motor 4,1 litros que equipou a linha Opala 250 S. A suspensão independente era outro ponto forte do modelo que muitos proprietários elogiam até hoje, assim como o prazer de dirigir.
Você viu?
Por outro lado, o consumo, obviamente em se tratando de um motor de alta litragem, é alto. Porém, os freios exigem cuidado em se tratando da adoção de tambores nas quatro rodas, sem hidrovácuo. Com a caçamba vazia, a C-10 tinha a tendência de travar as rodas traseiras, segundo alguns proprietários.
A estabilidade também nunca foi motivo de elogios entre seus proprietários. Quando vazia, a caçamba se tornava leve demais e os pneus com bandas de rodagem estreitas, não ajudavam ao fazer as curvas, principalmente em piso molhado. Já a direção é leve demais na estrada.
A transmissão de 3 marchas , instalada na coluna de direção é macia e tem engates precisos, porém o que muitos donos reclamavam era que com o desgaste do trambulador, as marchas encavalavam. Para manter a precisão do funcionamento, uma simples chave de fenda ou outro tipo de alavanca bastava para resolver este problema crônico.
A GM foi líder de mercado em picapes grandes por muito tempo graças às C-10. Desde o seu lançamento, em 1964, até o final da produção, em 1981, foi oferecida além do clássico motor 261 pol3 (4300cc) de 5 mancais, também conhecido como "Chevrolet Brasil" a opção dos motores de 4 cilindros do Opala (álcool ou gasolina), passando pelo Diesel Perkins de 3,9 litros.
A crise do petróleo e o alto consumo desses motores, projetados numa época em que a preocupação era potência, e não economia, fez com que os utilitários movidos à gasolina perdessem mercado para os movidos a diesel, lançados no final da década de 70.
A Chevrolet C-10 a gasolina continuou a ser vendida por algum tempo e a fábrica disponibilizou também o motor a álcool para esses veículos. Uma importante fase de que a GM se orgulha até hoje! No entanto, o modelo C-10 era descontinuado em 1981, por conta da crise.