A história da Chrysler no Brasil se resume aos idos de 1967, quando Victor G. Pike assumia o posto de diretoria do engenheiro francês Jean Jacques Pasteur.
Logo depois de novas estruturações no setor de funcionários, Pike – um experiente na fábrica da Chrysler americana – decidiu parar a produção dos Simca, e colocar o primeiro Dodge brasileiro num investimento total de US$ 55 milhões . Nascia assim o primeiro Dart nacional.
O novo carro era lançado na versão quatro portas e iria concorrer com os chamados “automóveis de representação”, como o Itamaraty
e o Galaxie
, da Ford-Willys
e o Opala
, da GM
. Inicialmente a Chrysler decidiu colocar no mercado apenas a versão Standard, como acabamento mais simples, oferecendo alguns equipamentos opcionais, caso do teto de vinil e da pintura metálica.
O motor era o mesmo dos caminhões D-700 , um 318 V8 de 5212 cm³ de 198 cv a 4.400 rpm. Mesmo alimentado por carburador duplo DFV, a velocidade superava a barreira dos 180 Km/h, fazendo do Dart um veículo super veloz.
As primeiras séries eram ofertadas em seis cores : Amarelo-Carajá, Azul-Profundo, Azul-Abaeté, Verde-Imperial, Branco-Polar e Preto-Formal. No primeiro ano de lançamento, em 1969, foram fabricadas 3.366 unidades.
Em 1970, a direção, sob o comando de Joseph O´Neill, alcançou a meta de produção de 60 carros por dia. Tal fato levou o Dart
a ganhar o título de “Carro do Ano”. De fato, enquanto um Dodge
era oferecido na época por cerca de Cr$ 26 mil
, um Galaxie Standard
– seu maior concorrente – saía da loja por quase Cr$ 28 mil.
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Opcionalmente, o Dart podia contar com freios a disco ventilado nas rodas dianteiras, sempre com a opção das quatro portas. Porém, no ano seguinte, a versão duas portas chegava ao mercado nacional com as opções de acabamento Básico e Luxo .
A última leva do Dart nacional contava com itens de série como, por exemplo, o rádio, limpador de pára-brisas de duas velocidades, acendedor de cigarros, luzes de ré e refletores laterais.
Curiosamente foram feitas algumas versões station wagon, que eram montadas pela Brasinca, sob encomenda da Chrysler e segundo informações ninguém sabe do paradeiros destas preciosidades. O veículo não chegou a ganhar a produção em série.
Em 1972, novas mudanças deixaram a Dodge mais atual, porém sem perder o estilo clássico. Entre as modificações, estavam: novo friso cromado horizontal, lentes dos piscas, lanternas traseiras, painel revestido com plástico imitando jacarandá, instrumentos redesenhados, entre outros itens. Além das mudanças, a versão SE, Gran Sedan e Gran Coupé.
Dois anos depois, em 1975, os Dart V8
passaram a ser equipados com o “Fuel Pacer”
, sistema que alertava o motorista da marcha correta para aquela velocidade. No ano seguinte o estofamento foi redesenhado, mas os modelos SE, Gran Coupé e Charger
saíam de linha.
Em 1978 foram montados os últimos Gran Sedan
e em 1980 o último Dart brasileiro
encerrava a produção, colocando um fim em uma das linhas de carros mais elegantes que o mercado brasileiro já teve.