Conforme a apresentação em uma coletiva de imprensa da Anfavea - Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores -, abril, apesar de contar com dois feriados e menos dias úteis, foi considerado o melhor mês do ano em todos os indicadores da indústria automobilística.
Apesar dos feriados de Páscoa e Tiradentes, que fizeram abril ter dois dias úteis a menos que março, foram vendidas a média diária
de 7.750 unidades (a melhor desde dezembro), contra as 6.991 unidades/dia de março. No total, 147,2 mil unidades foram licenciadas, leve alta de 0,3% sobre março e baixa de 15,9% sobre o mesmo mês de 2021.
Na comparação de quadrimestres, a queda deste ano está em 21,4% , sempre lembrando que no início do ano passado quase não havia restrição de oferta por conta de semicondutores .
"Poderíamos ter resultados de vendas ainda melhores se não fosse a persistente limitação de oferta provocada pela crise dos semicondutores”, explicou Márcio de Lima Leite, Presidente da Anfavea.
Quanto à produção de veículos, abril contabilizou 185,4 mil unidades, 0,4% a mais que no mês anterior, apesar da falta de semicondutores. Na comparação com abril de 2021, quando a crise global de componentes eletrônicos ainda não era tão alarmante, houve queda de 2,9%. No acumulado do ano, o recuo é de 13,6% frente ao primeiro quadrimestre do ano passado.
Na exportação, os números foram mais expressivos, acumulando uma alta de 17,9% sobre o primeiro terço de 2021, com um total de 153 mil unidades embarcadas ao exterior.
Foram 44,8 mil em abril, crescimento de 15,2% s obre março e de 32,3% s obre abril do ano anterior. Trata-se do melhor resultado para o quadrimestre desde 2018.
Durante a coletiva, o Leite confirmou que a crise dos semicondutores deve ser reduzida a partir de julho dese ano com a inaguração de duas novas fábricas, sendo uma na Alemanha e outra na Ásia e, além disso, até o executivo anunciou que até o final de 2023 serão abetras mais 29 novas fábricas de semicondutores no mundo.
Questionado sobre uma projeção de crescimento como um todo no setor, após a conclusão das fábricas até o término do ano que vem, Márcio comentou que o maior desafio, antes de tudo, é entender a demanda efetiva do mercad o com essa situação da crise dos semicondutores regularizada.
"O nosso desafio é entender a demanda efetiva do mercado com essa situação regularizada. Estamos diante de um novo cenário com uma demanda reprimida e de uma capacidade de alavancar esse mercado que esbarra em alguns limites que não acontecia no ano passado", explica.
O presidente da Anfavea complementa ainda que continua tendo reuniões frequentes, inclusive com o governo, e que está trabalhando com uma lógica de construir alternativas para o crescimento.