Infelizmente, a atitude do brasileiro em cuidar da manutenção do carro só quando o problema aparece é uma prática bastante comum e porque não dizer perigosa.
Só para exemplificar, de janeiro a agosto deste ano, foram registrados 1.770 acidentes com 36 mortes . No mesmo período de 2021, foram aproximadamente 1.800 sinistros e 34 óbitos .
Os dados são do Atlas da Década de Ações para Segurança Viária, publicado pela Polícia Rodoviária Federal que, apurou, entre 2011 e 2020, mais de 59 mil acidentes – sendo 1.399 mortes - todos decorridos de defeito mecânico.
Assim, nos primeiros oito meses de 2022, mais de 150 mil multas foram por veículos em mau estado de conservação ou reprovados na inspeção de segurança veicular, segundo a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran).
Ainda de acordo com a secretaria responsável, no ano passado, os números são mais assustadores no qual no mesmo período foram cometidas 259.118 infrações em todo o Brasil.
Os números poderiam ser bem menores se a inspeção técnica de segurança veicular fosse regulamentada . Apesar de estar prevista no Código de Trânsito Brasileiro, até hoje ela não foi implantada pelas autoridades.
Atualmente, ela só é obrigatória em casos específicos , como conversão para gás natural veicular (GNV), com alterações nas características originais de fábrica, produzidos artesanalmente ou recuperados de sinistro, entre outros.
“É muito importante que cada um tenha consciência da necessidade de manter o carro com a manutenção em dia para evitar acidentes”, alerta o presidente da Associação Nacional dos Organismos de Inspeção (Angis), Aquiles Pisanelli.
Hoje, há mais de 400 Organismos de Inspeção que, após passarem por processo de avaliação técnica, são aprovadas pela Senatran e Inmetro a fazer inspeções em veículos e equipamentos de transporte de produtos perigosos.