Exportações registraram melhor índice desde 2019, mas destinos dos produtos brasileiros vem mudando
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Exportações registraram melhor índice desde 2019, mas destinos dos produtos brasileiros vem mudando

Para a Anfavea 2022 foi um ano importante , mais tranquilo que 2021, porém, ainda sofrendo efeitos da pandemia de Covid-19 , que gera impactos, principalmente na produção e distribuição de chips semicondutores, que foi estabilizada no segundo semestre.

Segundo a associação, 2022 teve 2,37 milhões de unidades produzidas , um aumento de 5,4% em relação a 2021 , mesmo com restrições no fornecimento de semicondutores. Ainda segundo a associação, os números de dezembro de 2022 poderiam ser melhores, se não fossem a Copa do Mundo e o fato de alguns Detrans terem funcionamento diferenciado no final do ano. Nem todos abriram no dia 31, o que pode ter represado alguns números para o início de janeiro .

2022 foi o melhor ano para as exportações desde 2019 , apresentando um crescimento de 27,9% em relação de 2021, os países que mais receberam as exportações brasileiras foram México, Colômbia e Chile , porém, a Anfavea ressalta que a Argentina vem perdendo relevância no comércio com a indústria automotiva brasileira, em 2021 representava 35%, mas encerrou 2022 com apenas 29% .

No setor de caminhões e ônibus, a Anfavea afirma que foram produzidos 161,8 mil caminhões , superando 2021 em quase 2% e o setor de ônibus cresceu 23,4% em relação a 2021, com 17,4 mil unidades produzidas e se aproximando ao número de 2019.

A Anfavea informa que o Brasil nunca esteve com uma produção tão baixa , o volume total chega a 2 milhões de veículos , mas em 2013, o principal período da indústria veicular nacional, a produção era de 3,8 milhões de unidades , com estudos projetando até 5 milhões de veículos por ano de capacidade.

Segundo Luiz Carlos Moraes, Vice Presidente da associação, na comparação de emplacamentos entre 2022 e 2021 o Brasil teve queda de 0,7% , percentualmente ficou atrás somente de China e Alemanha , que apresentaram crescimento de 1,7 e 1,1%, respectivamente, e a frente de países como Reino Unido , Coréia do Sul , Japão e Estados Unidos , que tiveram queda de 2%, 3,1% e 7,6% nos emplacamentos de 2022.

Mercado de veículos eletrificados teve seu melhor ano no país, e a tendência é de crescimento com o aumento da infraestrutura
Divulgação/Estapar
Mercado de veículos eletrificados teve seu melhor ano no país, e a tendência é de crescimento com o aumento da infraestrutura

O emplacamento de veículos eletrificados chama a atenção, foram 49,3 mil automóveis ou comerciais leves híbridos ou 100% elétricos emplacados , 14 mil unidades a mais do que em 2021. No setor de pesados, as novas tecnologias (elétricos ou gás) quase triplicaram em 2022, foram de 408 para 1.105 unidades.

A Anfavea ainda afirma que o setor automotivo emprega 1 milhão e 200 mil pessoas diretamente , um crescimento de 1,4% em relação ao fim de 2021. Ainda segundo a associação, o mercado de veículos no Brasil exportou 481 mil unidades em 2022, o que representa 10,4 bilhões de dólares , um crescimento de 37,6% em relação a 2021.

Para 2023 a Anfavea prevê um crescimento de 3% no mercado , que será puxado pelo setor de automóveis leves, que deve ter um aumento de 4,1% nos emplacamentos, e o segmento de pesados tem uma queda prevista de 11,1% .

Para as exportações, a queda geral deverá ser de 2,9% .  A produção total brasileira deve crescer em 2,2% , puxada pelo setor de veículos leves, e tem um volume total previsto de 2 milhões e 400 mil unidades .

Segundo a instituição, o principal fator que limita o crescimento da indústria são os juros no financiamento , cerca de 15% para caminhões e ônibus e até 30% para veículos leves .

Na entrevista coletiva, o Presidente da associação, Márcio de Lima Leite afirmou a agenda prioritária da Anfavea para 2023, que passa por reindustrialização e fortalecimento da cadeia de suprimentos , descarbonização (eletrificação, biocombustível, gás), renovação de frota , mobilidade e investimento em infraestrutura .

Além desses pontos, a associação buscará estimular a pesquisa e o desenvolvimento no país, fazer com que as vendas a prazo voltem a ser relevantes (segundo Lima Leite, 70% das vendas no país são à vista), a  redução de custos de produção e comercialização , abatimento de tributos, novos acordos comerciais e tentar fazer as leis futuras de emissões se tornarem mais previsiveis, o que atrairá investimentos.

Segundo a Anfavea, o Brasil precisa aumentar a competitividade para não perder investimentos para mercados vizinhos, tais como a Argentina e também o México .

Para Márcio de Lima Leite, o setor automotivo perde mais de R$ 1 bilhão por ano por conta dos créditos de ICMS retidos pelo governo. De acordo com ele, esse dinheiro poderia ser utilizado no desenvolvimento de produtos , pesquisa , parcerias com universidades. O executivo  ainda afirma que o problema não é de hoje.

Para a Anfavea, a indústria precisa de previsibilidade, como o InovarAuto e o Rota 2030 , pois as empresas precisam saber como as leis serão a longo prazo para investir para preparar os produtos para o país.

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