Com a alta nos preços dos carros zero-quilômetro , muitos têm buscado contornar a situação comprando veículos seminovos ou modelos com 10 ou mais anos de uso, nesse caso vale todo esforço para o dono ou lojista atrair toda a atenção do futuro comprador.
De nada adianta, por exemplo, um carro teoricamente impecável de mecânica, quilometragem condizente com o ano e a aparência ruim ou vice-versa. Para isso vale o bom senso e o quanto o interessado em vender o automóvel está disposto a investir para efetuar uma venda de sucesso.
E é aí que é preciso colocar na balança o que vale ou não a pena fazer antes de colocar o carro à venda . Por exemplo, existem alguns problemas que podem ser consertados devido ao custo baixo, já outros nem tanto ; mas em suma, o mais importante é, antes de colocá-lo à venda, resolver imediatamente antes que o pequeno conserto se alastre e você acabe tendo um gasto ainda maior e não consiga vendê-lo.
Para ajudá-lo a tirar essas dúvidas, elencamos os principais tópicos que poderão ajudar a vender mais rápido o seu bem.
Vale a pena fazer e não custa tão caro
1-) Amassados e riscos
Aqueles amassadinhos, conhecidos como mossas, nas portas do carro, podem ser eliminados com a conhecida técnica do martelinho de ouro, e dependendo da quantidade, o reparo não sai tão caro. Esse serviço melhora muito a estética, sobretudo se o carro for de tonalidade mais escura que acabam dando mais à vista o estrago.
O valor médio do serviço pode variar entre R$100 e R$300 , outra vantagem é que o trabalho é rápido, demora no máximo uma hora. O serviço é muito cotado em áreas onde ocorrem tempestades com granizo , principalmente as regiões oeste e central e também a faixa litorânea, do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná.
2-) Limpeza externa e interna
É fato que a boa aparência é o “cartão de visitas” e sem dúvidas atrai muitos interessados à primeira vista, mas obviamente não é tudo. No entanto, será “ele” o chamariz para que o comprador seja atraído pelo modelo à venda.
Por isso, nada mais justo que dar aquela caprichada no visual que inclui uma boa limpeza na área interna como carpetes, bancos, painel e portas. Quanto ao motor, um desengraxante, um pincel e a ajuda de uma toalha de microfibra umedecida e outra seca para dar o acabamento trará outro visual àquele motor encardido e sem vida e o custo não sai tão caro: R$60.
Agora se preferir levar em uma empresa especializada em limpeza automotiva, o custo pode subir para R$100 , dependendo do tamanho e tipo do veículo.
3-) Polimento e cristalização
Um mero risco ou mancha no verniz da pintura pode afastar um possível comprador. Por isso, um simples polimento resolverá o problema de forma prática e barata. Feito com uma politriz profissional e polidores específicos , costuma custar, em média, R$ 200 , de acordo com o tamanho do automóvel. Se a pintura estiver bastante danificada ou manchada, a cristalização (ou espelhamento) , processo pelo qual se corrige imperfeições na pintura melhorando o aspecto geral do veículo, é uma alternativa. Tem um valor médio cobrado de R$ 350 .
4-) Jogo de ferramentas
A ausência de um kit de ferramentas pode revelar um dono desatento e pouco preocupado com o seu carro, o que pode dar margem para o interessado pensar que a parte mecânica não esteja em dia. Portanto, revise o que falta e verifique o estado do jogo de ferramentas composto de macaco, chave de roda, triângulo de sinalização , bem como o próprio estepe. Na falta de um de outro, providencie imediatamente, pois isso contará pontos na avaliação do usado. Não custa caro – em torno de R$115 , conforme o modelo e a marca.
5-) Vazamentos de óleo
Se tiver vazamento, dependendo do caso, será simples e barato de ser consertado e não despertará desconfiança por parte do interessado no veículo e lembre-se de nunca lavar o motor. Além de não ser recomendado pelas montadoras, o aspecto de limpeza e brilho excessivo pode ser um artifício para esconder algum problema de vazamento mais sério como, por exemplo, uma trinca no bloco, cabeçote ou na tampa de válvulas.
Não vale a pena fazer e custa muito caro
1-) Suspensão
Esse é outro item que costuma ser bastante dispendioso. Só como exemplo, trocar todas as buchas da suspensão de um sedã médio como um Honda Civic ou Toyota Corolla , por exemplo, não sai por menos de R$ 1.500. Por isso, seja honesto com o interessado e diga o que precisa ser feito no seu carro. Em último caso, só substitua componentes da suspensão como amortecedores, molas, buchas, bandejas, rolamentos etc , se estiverem exageradamente gastos, ruidosos ou defeituosos, o que na hora do test drive poderá afastar o possível comprador.
2-) Jogo de pneus
Um jogo de pneus está entre os itens mais caros na manutenção automotiva ( entre R $700 e R $1.500 ) e é um investimento que não vai valer a pena caso o dono atual esteja decidido a vender o seu veículo. Dessa maneira, o mais prudente é a sinceridade com o comprador e dizer a ele que os pneus precisam ser trocados , seja por falta de manutenção deles ou mesmo da suspensão que afeta diretamente no desgaste desigual e acentuado na banda de rodagem . Combinar um desconto no valor final do veículo para que ele saiba o quanto irá ter de arcar, após a aquisição do mesmo é sempre de bom grado.
3-) Discos de freio e pastilha
São itens que não afetará a parte estética do carro, e por isso não vale a pena trocá-los. Um jogo de pastilhas , por exemplo, para um carro popular sai, em média , R$ 115 . Logicamente se eles estiverem demasiadamente gastos, aí a situação muda de lado, pois o atrito entre a pastilha gasta no disco pode causar empenamento no mesmo e aí o custo será ainda maior: R$ 285 , em média o kit de discos e pastilhas .
4-) Velas e cabos
Trocar as velas e cabos ou bobinas só se o carro apresentar dificuldades na partida, consumo excessivo de combustível, falhas na aceleração e perda de potência. Do contrário, é preferível deixar de lado, pois não afetará negativamente a quem estiver interessado no seu veículo.
Só avise o orçamento ao novo comprador e dê um desconto a ele no preço final do automóvel, caso ache necessário. É um valor relativamente barato – um jogo de velas e cabos para um hatch pequeno 1.0 vai custar R$ 140 – mas que caso essa manutenção não seja feita, futuramente poderá dar mais despesas ao motorista.
5-) Óleos, fluidos e aditivos...
Os compradores mais atentos sempre dão atenção à cor do líquido de arrefecimento . Na maioria das vezes, os fluidos orgânicos costumam ser amarelo, rosa ou vermelho, enquanto os inorgânicos são verdes ou azuis . Se tiverem o tom amarronzado , por exemplo, é sinal de desleixo e falta de manutenção. Por isso, faça sempre a manutenção periódica para evitar gastos desnecessários no futuro.
Dependendo do estado da água do radiador, óleos em geral e demais aditivos, o custo será alto (R$ 550 e R$ 800) . São itens que o próximo dono pode fazer, pois eles não influenciam na avaliação, mas novamente, seja sincero com o possível interessado.
Fontes consultadas: CESVI BRASIL, GRUPO MAPFRE, SINDIREPA SP, AVAL
CONSULTORIA, MERCADOLIVRE, CARREFOUR, LOJA DO MECÂNICO, ALLPARTS, MAGAZINE LUIZA.