Podemos dizer que hoje, o mercado brasileiro finalmente abandonou o preconceito do carro com transmissão automática, algo que tinha no passado. Hoje, a visão é outra tornando, inclusive, passou a ser um item bastante valorizado, principalmente, em modelos sedans, igualmente como ocorreu com ar-condicionado e direção hidráulica.
Só para se ter uma ideia, atualmente, é um dos itens mais exigidos, tanto no mercado de novos, que são a maioria, quanto no de seminovos e usados. Nem mesmo os hatches populares resistiram a esse sistema de trocas de marchas.
No entanto, ao contrário do que muitos pensam, este tipo de c âmbio automático exige manutenção preventiva, que deve ser seguida de acordo com o que cada montadora prevê.
Por exemplo, alguns modelos precisam fazer a troca do óleo – em média a cada 40 mil km - e tem até a vareta medidora do nível do lubrificante. Já outros nem precisam efetuar a troca periódica, os chamados sistemas “long life” . Por mais absurdo que possa parecer essa ausência de troca do fluido em alguns carros, o mais prudente é seguir à risca o que cada fabricante recomenda .
Basicamente, um veículo automático possui as letras P (Parking, ou estacionar), R (Reverse, ou marcha ré), N (Neutral, ou ponto morto) e, por fim, D (Drive, ou dirigir) . Ao sair com o carro, dê a partida, pise no pedal do freio e, em seguida, arraste a alavanca de câmbio para o modelo R ou D, para sair da garagem ou manobrar e D para sair. O N é usado normalmente em caso de reboque do veículo com o motor desligado, liberando as rodas que tracionam o modelo.
Além dessas letras, há os números 1, 2 e 3 que, assim como no manual, indicam as marchas selecionadas , ou seja, dependendo da opção da marcha selecionada, o carro não vai passar dela. É muito útil para situações que é preciso fazer uma ultrapassagem ou descer uma ladeira, quando é utilizada como função de freio-motor.
Para você, que nunca dirigiu um carro com câmbio, selecionamos sete dos erros mais comuns que a maioria das pessoas comete e que no futuro acaba comprometendo o sistema.
1 ) Manutenção e inspeção
Quando exigida a troca do lubrificante , é preciso seguir a recomendação, conforme mencionado no começo da matéria. O adiamento ou mesmo a ausência da substituição do fluido pode ocasionar problemas como trancos, dificuldade no engate e atraso nas mudanças de marchas e em alguns casos o câmbio começa a “patinar”.
Outra dica é ficar atento a vazamentos no sistema . Se houver qualquer indício, leve imediatamente até um mecânico ou oficina especializada neste tipo de transmissão. E lembre-se sempre de realizar manutenções periódicas.
2 ) Colocar no modo R com o carro em movimento
Jamais coloque a alavanca seletora em R quando o carro estiver em movimento, pois isso ocasionará um tranco e, consequentemente, danos no sistema. Lembre-se que, dependendo do problema, a conta poderá ser salgada, em torno de R $20 a R $25 mil .
Portanto, só use o modo R com o carro completamente parado . A mesma regra vale para o P (Parking).
3) Estacionando em um aclive ou declive
Outra prática comum e que deve ser extinta de vez é estacionar o carro sem puxar antes o freio de estacionamento
, ou o popular freio de mão. A regrinha é simples: depois de estacionado, ainda sem ter tirado o pé do pedal do freio, coloque em ponto N (Neutral, ou ponto morto) e puxe o freio de mão e certifique-se de que o carro esteja seguro e, por fim, coloque em D para travá-lo.
Obedecendo essa regrinha, todo o “ peso do carro não fica sobre o câmbio travado no P” e ao retornar ao mesmo, não vai dar aquele tranco característico . Essa mania força o sistema e pode acarretar no futuro sérios prejuízos.
4) Descer no modo N
É inegável que os modelos automáticos gastam mais combustível que os manuais, mas nem por isso você vai descer em ponto N/Morto nas ladeiras, o popular descer “na banguela”. O termo no qual aos dentes das engrenagens não estão encaixados, ou seja, em ponto morto, foi mais comum no passado, uma época quando os motores eram equipados com carburador, mas não vale para os com injeção eletrônica.
Ao colocar a transmissão automática na posição N , a bomba hidráulica de fluido da caixa de câmbio vai trabalhar com uma rotação baixa , o que não é ideal para a correta lubrificação dos componentes internos. Isso acontece porque a rotação da bomba interna de óleo é garantida pela rotação do motor do veículo. O correto é sempre manter o veículo engatado ao descer uma rampa: é melhor para a segurança e também para o consumo, e futuros gastos com manutenção do câmbio.
5) Uso excessivo da posição “N”
Muitos têm o costume de, em qualquer parada, colocar no modo N
. O fato é que nesse tipo de sistema já foi projetado para ser deixado em D em semáforos, ou demais situações em que o carro fique por pouco tempo parado, sem que isso danifique o câmbio.
Com o hábito de ficar colocando em N em toda parada, futuramente a mania vai provocar o desgaste acentuado e danificar o sistema , até porque a comodidade da transmissão automática está em justamente deixar que o carro poupe trabalho. É só pisar no freio e esperar.
6) Não trocar o filtro do óleo do câmbio automático
Com a mania de querer economizar alguns trocados, o barato pode sair caro . Nos carros automáticos , este filtro possui a função de reter as partículas e sujidades geradas pela fricção das peças móveis que compõem o sistema, filtrando o fluido e deixando o óleo limpo, uma maneira para que não haja o comprometimento dos demais componentes do câmbio.
Para que o óleo realize sua função, é preciso estar atento às revisões e manutenções preventivas no veículo , atentando às recomendações e peculiaridades de cada modelo.
7) Descansar a mão no câmbio
Seja para repousar a mão no câmbio ou por mero vício, não é aconselhável o hábito, pois além de não ser seguro dirigir apenas com uma mão ao volante , o peso da mão pode forçar as engrenagens do sistema, o que compromete o correto funcionamento , como explica Antônio Fiola, do Sindirepa-SP.
“Com o carro em movimento, deve-se evitar a mão apoiada no câmbio, pois além de contribuir para o desgaste prematuro de componentes da caixa de câmbio, como engrenagens e sincronizadores, pode acarretar problemas no momento das trocas de marchas”, diz.