A principal fábrica da Renault no Brasil, em São José dos Pinhais (PR) , está com a produção suspensa desde terça-feira (07) devido a uma greve em protesto contra os valores pagos pela fabricante no programa de Participação nos Lucros e Resultados 2024 (PLR). A paralisação foi confirmada pelo Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba. Até o momento, a greve acontece por tempo indeterminado.
O PLR é um benefício pago pela empresa aos empregados e funciona como um bônus pela participação do colaborador. O valor recebido é uma porcentagem calculada de acordo com a lucratividade da empresa. A Renault se compromete a pagar R$ 18 mil até o dia 10 de maio e continuar a negociação da segunda parcela e da data base com o sindicato. Porém, os funcionários querem que a PLR seja paga integralmente, sem parcelas, além de pedirem aumento no salário e no vale mercado.
O presidente do Sindicato (SMC), Sérgio Butka, explicou a situação: “A proposta da Renault que foi rejeitada não contempla as expectativas dos trabalhadores que ainda estão se recuperando das perdas salariais dos acordos anteriores que ainda não foram repostas. A reivindicação é por uma proposta que englobe tanto a PLR já com valor total como a data base que recomponha os salários com a reposição da inflação mais aumento real” , disse.
“A fábrica tem funcionado a pleno vapor com o trabalhador se dedicando com afinco na produção. É preciso que a empresa reconheça isso e já apresente uma proposta completa” , finalizou.
Em nota, a Renault informou ter ficado surpreendida com a decisão dos trabalhadores. “Recebemos esta informação com surpresa, visto que as negociações para a renovação do PPR e acordo coletivo de trabalho estavam em andamento, e não foi respeitado o prazo legal para aviso de greve. A Renault do Brasil permanece aberta para dialogar” .
A fábrica da Renault em São José dos Pinhais é considerada a mais importante da montadora, pelo fato de produzir 57% dos veículos nacionais nessa fábrica, ou seja, Oroch , Duster , Kwid e Master. Diariamente são feitos 800 veículos na fábrica pelos 3.500 funcionários de produção. Ainda há 1.500 trabalhadores na parte administrativa, totalizando 5 mil funcionários no total.