Os cuidados devem ser tomados independente do tecido
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Os cuidados devem ser tomados independente do tecido

Um estudo feito pela American Chemical Society , uma organização científica norte-americana, revelou que 99% dos veículos utilizam um produto químico cancerígeno nos bancos dos automóveis. Denominado TCIPP (1-cloro-isopropil), esse composto foi detectado nas cabines dos carros. A pesquisa científica foi publicada na revista Environmental Science & Technology na última terça-feira (07).

O TCIPP é conhecido por ser um aditivo retardador de chamas frequentemente empregado nas espumas de poliuretano presentes nos assentos dos veículos. O estudo abrangeu modelos fabricados a partir de 2015, com 101 testes realizados no inverno e 54 no verão, visando entender a presença do TCIPP em diferentes períodos do ano.

Foram selecionados 155 participantes para o estudo. Os cientistas solicitaram que os proprietários dos veículos colocassem uma faixa de silicone ao redor do retrovisor durante sete dias. Além disso, 51 participantes forneceram uma pequena amostra de espuma da parte inferior do assento do automóvel.

Os resultados revelaram que todos os veículos testados continham retardadores de chamas, substâncias conhecidas por ser propriedade anti-inflamável. No entanto, alguns modelos apresentaram propriedades anti-inflamáveis potencialmente cancerígenas, como é o caso do TCIPP, encontrado em 99% dos veículos testados. Além disso, outras substâncias potencialmente prejudiciais associadas a danos neurológicos e reprodutivos também foram identificadas.

Banco de Carro - Audi RS4 2006
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Lydia Jahl, co-autora da pesquisa, enfatizou a necessidade de atualizar as normas de inflamabilidade, com o intuito de garantir a segurança dos veículos contra incêndios e a proteção contra produtos químicos nocivos. 

''A mensagem mais importante que retiramos deste estudo é que as pessoas em todo o mundo estão a ser expostas a compostos químicos, a maioria dos quais cancerígenos, neurotóxicos e desreguladores endócrinos – no interior dos próprios carros. Estas substâncias são utilizadas com base em normas de inflamabilidade com mais de cinco décadas, pelo que é necessário atualizar essas regras para que os veículos sejam simultaneamente seguros contra incêndios e seguros em termos de produtos químicos ”, explica. 

A investigação ainda constatou que a concentração de TCIPP no ar foi significativamente maior em temperaturas mais altas, entre duas a cinco vezes superior, evidenciando a relação do calor com esse composto químico.

Rebecca Hoehn, primeira autora do estudo, alertou para o risco à saúde pública, especialmente para os condutores que passam longos períodos no interior dos veículos e para as crianças, que tendem a respirar mais ar do que os adultos durante viagens de carro.

“Considerando que um condutor passa, em média, uma hora no carro todos os dias, isto constitui um problema de saúde pública significativo. É particularmente preocupante para os condutores com deslocações mais longas, bem como para os passageiros infantis, que respiram mais ar do que os adultos” , comenta a cientista. 

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Também foi destacado que a quantidade de TCIPP encontrada nos veículos testados variou de 0,2 a 11.600 nanogramas por grama, uma quantidade extremamente pequena, porém com possíveis implicações carcinogênicas.

E O QUE FAZER? 

Para prevenir a exposição a esses produtos químicos, recomenda-se abrir as janelas do carro durante alguns minutos ao entrar no veículo, especialmente nos dias quentes, estacionar na sombra sempre que possível e evitar a circulação interna do ar-condicionado. Além disso, é aconselhável lavar as mãos após viagens de carro, especialmente antes das refeições, como medidas de precaução.

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