A montadora brasileira Lecar, fundada pelo empresário capixaba Flávio Figueiredo Assis, anunciou que irá se instalar no município de Sooretama, no Espírito Santo, a 119 km da capital, Vitória.
A planta irá produzir o modelo Lecar 459 Híbrido. A localização é estratégica, pois a fábrica ficará a apenas 25 km do aeroporto de Linhares e a 100 km do complexo portuário do Espírito Santo, responsável por 23% das exportações e importações do Brasil.
O investimento será da ordem de R$ 870 milhões, sendo R$ 240 milhões em obras de instalações e R$ 630 milhões em automações para linha de montagem. O capital será proveniente de recursos próprios e investidores privados. A empresa analisa, ainda, a busca de financiamentos junto à Sudene, BNB, Bandes, Finep e BNDES.
Serão 100 mil metros de área construída, sendo 130 trabalhadores diretos na fase de obra e cerca de 300 na fase de instalações e linha de produção. O lançamento da pedra fundamental acontecerá ainda em 2024 e a previsão de inauguração é agosto de 2026.
Quando pronta, a fábrica terá capacidade para produzir 120 mil carros por ano, com cerca de 1.500 funcionários diretos e até 3 mil indiretos. A planta será destinada a produzir, inicialmente, o Lecar 459 Híbrido, e contará com uma pista de testes e rigorosos controles de produção e qualidade.
Atenta às questões ambientais, a fábrica contará com sistema de geração de energia solar, além de reaproveitamento de água de chuva.
Visando impactar positivamente a comunidade local, a Lecar planeja a criação de um programa de qualificação de mão de obra, laboratório de inovação, além de remuneração e benefícios compatíveis com a indústria automobilística.
Não confundir: No Brasil, o LeCar foi uma versão do Renault 5, fabricada pela Renault em parceria com a Willys-Overland do Brasil e posteriormente pela Ford. O LeCar foi introduzido no mercado brasileiro no final da década de 1970 e continuou a ser vendido durante os anos 1980.
Assim como em outros mercados, o LeCar no Brasil era um carro compacto, conhecido por sua economia de combustível, praticidade e design simples. Foi oferecido em versões de duas e quatro portas, e apesar de suas dimensões compactas, oferecia um bom espaço interno para a época.
O LeCar foi bem recebido por consumidores que buscavam um carro econômico e adequado para o uso urbano. No entanto, ele enfrentou forte concorrência de outros veículos populares da época, como o Volkswagen Fusca e o Fiat 147.
A produção do LeCar no Brasil foi encerrada na década de 1980, e ele não conseguiu atingir o mesmo nível de popularidade que outros modelos da Renault no país. No entanto, o LeCar é lembrado por entusiastas de automóveis como um dos primeiros modelos compactos europeus a serem fabricados no Brasil.