Carlos Ghosn , ex-CEO da Nissan , sofreu uma nova derrota judicial e foi condenado a devolver seu iate de luxo de 37 metros, além de pagar US$ 32 milhões em indenizações à montadora. A decisão foi tomada por um tribunal das Ilhas Virgens Britânicas, que concluiu que o iate, adquirido em 2017, foi comprado de forma indevida com fundos corporativos.
O caso é apenas mais um na longa série de problemas legais enfrentados por Ghosn desde sua prisão em 2018, no Japão. Na época, ele foi acusado de má conduta financeira durante o período em que esteve à frente da Nissan . As acusações incluem desvio de recursos e ocultação de ganhos, além de outros crimes financeiros. Após passar um período preso e sob julgamento, Ghosn protagonizou uma fuga cinematográfica, escapando do Japão escondido em uma caixa de instrumento musical para o Líbano, onde vive atualmente. O Líbano, no entanto, não extradita seus cidadãos, e isso tem permitido que ele continue a residir no país sem enfrentar a justiça japonesa.
Iate e multa milionária
A recente decisão do tribunal determina que Ghosn, sua esposa, e uma empresa de fachada criada para desviar os recursos, devolvam o iate batizado de "Shachou" ("O Chefe", em japonês) à Nissan . Além disso, eles deverão pagar US$ 32 milhões à montadora, referentes aos danos causados pela compra indevida. O iate, uma Custom Line Navetta 37, atualmente está ancorado em Beirute, e as autoridades libanesas não têm mostrado disposição para apreendê-lo ou mesmo forçar Ghosn a devolver o bem.
Apesar da condenação, Ghosn permanece firme em sua defesa, negando todas as acusações. Em declaração à Automotive News, ele afirmou que irá recorrer da decisão e que foi vítima de uma conspiração do governo japonês, temeroso de que a Renault assumisse o controle da Nissan durante o processo de fusão entre as duas empresas.
O caso do iate é o primeiro julgamento oficial que resulta em uma condenação contra Ghosn desde sua fuga para o Líbano , mas ele ainda enfrenta uma série de outros processos em andamento.