As eleições de 2024 nos Estados Unidos prometem influenciar o mercado automotivo global, e o Brasil será afetado por essas mudanças. As políticas comerciais e ambientais que surgirem do resultado eleitoral terão reflexos diretos na indústria automotiva brasileira, principalmente em áreas como os veículos elétricos e a crescente presença de montadoras chinesas, como a BYD.
Montadoras como a BYD e a Tesla já adiaram ou revisaram seus planos de expansão no México, temendo incertezas relacionadas ao resultado da eleição. Se Donald Trump voltar ao poder, por exemplo, existe a chance de novas tarifas serem impostas a produtos mexicanos, o que poderia dificultar a exportação de veículos para os EUA . Isso forçaria as montadoras a repensarem suas estratégias globais, afetando também o Brasil.
Oportunidades para o Brasil com Tensão Comercial
Com a possível criação de barreiras comerciais nos EUA , o Brasil pode se beneficiar como alternativa para montadoras que pretendiam investir na América do Norte. A BYD, por exemplo, já está investindo no Brasil, construindo um complexo industrial na Bahia focado na produção de veículos elétricos tanto para o mercado interno quanto para exportação.
Além disso, caso o protecionismo nos EUA se intensifique, o Brasil pode se consolidar como o maior mercado para veículos elétricos chineses no Ocidente. Em 2023, as importações de carros elétricos cresceram significativamente, e o país se tornou um destino atraente para montadoras asiáticas que buscam expandir fora dos Estados Unidos . A competição aumentaria, beneficiando os consumidores com mais opções e preços competitivos.
Desafios Internos para o Crescimento dos Elétricos
Apesar das oportunidades, o Brasil enfrenta desafios que podem dificultar o crescimento do mercado de veículos elétricos. Um dos principais problemas é a falta de infraestrutura de recarga, que não está acompanhando o ritmo de crescimento da frota de carros elétricos. Isso pode frustrar consumidores e desacelerar a adoção desses veículos.
Outro obstáculo é a falta de uma rede de pós-venda eficiente, com escassez de peças e mão de obra especializada para veículos elétricos. Sem uma rede de suporte adequada, os consumidores podem enfrentar longos períodos de espera por manutenção, prejudicando a imagem das montadoras e a confiança no setor.
O Brasil, com sua matriz energética limpa e diversificada, tem um grande potencial para liderar a transição para os veículos elétricos. No entanto, o sucesso dessa transição dependerá de resolver os problemas de infraestrutura e modernizar a indústria automotiva para absorver as novas demandas do mercado. As eleições nos EUA podem influenciar o cenário, mas cabe ao Brasil preparar o terreno para o futuro.