Incêndio em automóvel
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Incêndio em automóvel

Novos estudos publicados nos Estados Unidos  desmistificaram os riscos de incêndio  em veículos elétricos . Dados da National Transportation Safety Board (NTSB) indicam que carros a bateria apresentam probabilidade significativamente menor de pegar fogo em comparação com veículos convencionais.

Números e estatísticas

Em 2023, foram registrados 25 incêndios para cada 100 mil carros elétricos nos EUA. Em contraste, veículos a combustão apresentaram 1.530 casos para cada 100 mil unidades.

Porém, os incêndios em veículos elétricos apresentam especificidades que o tornam complexos e perigosos. Em 2024, dois incidentes significativos ocorreram. Em Lisboa, um incêndio em estacionamento destruiu 200 veículos próximo ao Aeroporto Humberto Delgado, sem registros de feridos.

Em Seul, um Mercedes-Benz EQE permaneceu em chamas por oito horas, causando a destruição de 140 carros em um prédio. O incidente resultou na hospitalização de 23 pessoas, incluindo moradores e bombeiros.

Desafios técnicos

O controle de incêndios em veículos elétricos apresenta complexidades específicas. As baterias liberam mais de 100 substâncias tóxicas durante a combustão, incluindo gás carbônico, cianeto e metais pesados.

O "efeito dominó" nos módulos da bateria causa combustões prolongadas e subsequentes. Após o controle inicial, o veículo deve passar por uma quarentena, pois pode reiniciar o processo de combustão por semanas.

Por questões de segurança, veículos elétricos envolvidos em incêndios devem ser declarados como perda total, devido ao risco de reincidência do fogo.

Uma saída são as baterias do tipo Blade, disponíveis no Brasil, que representam um avanço na segurança. Utilizadas pela BYD em modelos como o Song Pro, possuem células com superfícies mais largas e baixa liberação de calor.

Esta tecnologia facilita a dissipação térmica através de seu formato retangular e plano. A ausência de liberação de oxigênio durante a fuga térmica reduz significativamente os riscos de combustão.

Toyota e Tesla estudam a implementação de tecnologias similares em seus veículos, indicando uma tendência da indústria em direção a baterias mais seguras.

Limitações dos estudos

Os estudos atuais consideram apenas incêndios isolados de cada tipo de veículo, não contemplando casos onde o fogo se propaga para outros automóveis, como nos incidentes de Lisboa e Seul.

Esta limitação metodológica indica a necessidade de pesquisas mais abrangentes sobre o impacto de incêndios em veículos elétricos quando ocorre propagação para outros automóveis.

A evolução das tecnologias de bateria e os dados estatísticos demonstram que, apesar dos desafios no controle de incêndios, os veículos elétricos apresentam menor probabilidade de ocorrências em comparação com modelos convencionais.

** Jornalista formado pela PUC-SP, atuando como repórter do IG Carros. Já atuou também nas editorias de esportes e ESG.

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