O setor de transporte público avança rapidamente rumo à eletrificação , com cidades como São Paulo mirando 20% de sua frota elétrica até o final de 2024. Recentemente, na Austrália , o ônibus elétrico Yutong C12E superou os 500 quilômetros de autonomia com uma única carga em operação.
O veículo, que opera há dois anos na linha entre Preston e Kiama, percorre diariamente cerca de 285 quilômetros, utilizando apenas metade de sua capacidade de bateria. O trajeto, que inclui tráfego urbano, rodovias e estradas de montanha, demonstrou a versatilidade do modelo em diferentes condições.
Economia e eficiência em números
O desempenho do Yutong C12E impressiona não apenas pela autonomia, mas também pela eficiência energética. O consumo médio registrado foi de 63 kWh por 100 km, resultando em um custo estimado de 9,4 euros (aproximadamente R$ 59,23) para essa distância.
Em comparação, um ônibus a diesel convencional, consumindo em média 22 litros por 100 km, teria um custo de 28,6 euros para o mesmo percurso, considerando apenas os gastos com combustível. Essa diferença representa uma economia de cerca de 67% nos custos operacionais.
Além da economia, o fabricante destaca a durabilidade do veículo, projetado para uma vida útil de pelo menos 1,5 milhão de quilômetros. O Yutong C12E, um ônibus de 12 metros com capacidade para 57 passageiros, utiliza um sistema de propulsão de 350 kW (475 cv) alimentado por baterias de lítio-ferro-fosfato de 350 kWh.
Desafios da eletrificação
O desempenho do Yutong C12E na Austrália representa um avanço na viabilidade dos ônibus elétricos para o transporte público de longa distância. Contudo, a adoção em larga escala desses veículos ainda depende de fatores como infraestrutura de recarga, políticas públicas de incentivo e a capacidade das cidades em adaptar suas frotas e sistemas de transporte.
À medida que a tecnologia evolui e os custos diminuem, espera-se que os ônibus elétricos se tornem cada vez mais comuns nas ruas das grandes cidades, contribuindo para a redução das emissões de poluentes e para a melhoria da qualidade do ar urbano, que em São Paulo, por exemplo, atingiu os piores índices do mundo recentemente.