Carlos Tavares , até então CEO da Stellantis , renunciou repentinamente ao cargo. O anúncio foi realizado na noite dste domingo (01/21), e o conselho de administração da empresa já aceitou a decisão. A Stellantis é uma das maiores fabricantes de automóveis do mundo.
Para gerir a transição, a Stellantis criou um Comitê Executivo Interino. Este comitê é liderado por John Elkman, presidente do conselho de administração. A empresa planeja nomear um novo CEO no primeiro semestre de 2025, enquanto o comitê assume as funções de Tavares.
Tavares havia declarado anteriormente que pretendia permanecer no cargo até 2026. Essa afirmação ocorreu após a Stellantis revelar que estava em busca de um sucessor. A renúncia repentina pegou muitos de surpresa, considerando seus planos de longo prazo.
Desafios financeiros e operacionais
A decisão de Tavares ocorreu após um desentendimento com o conselho da Stellantis. O foco do conflito foi a estratégia para reverter a queda nas vendas e a desvalorização das ações da empresa. No terceiro trimestre, a Stellantis enfrentou uma queda de 27% na receita.
Os embarques globais, exportações para diferentes países do mundo, também diminuíram 20% no mesmo período. Na América do Norte, os números foram ainda mais preocupantes, com uma redução de 36% nos embarques. Esses resultados geraram preocupações entre investidores e acionistas.
No início do ano, a Stellantis anunciou a venda de sua pista de testes no Arizona. Essa medida foi parte de um esforço para cortar custos. Os desafios de vendas também levaram à suspensão da produção de modelos icônicos, como o Fiat Panda e o Jeep Grand Cherokee.
Impacto nas marcas do conglomerado
A Maserati, marca mais cara da Stellantis, está enfrentando grandes prejuízos. A Alfa Romeo, outro ícone do conglomerado, enfrenta dificuldades para conquistar os consumidores americanos. O sedã Giulia foi o carro menos vendido nos Estados Unidos em setembro.
A Chrysler também está lutando para se manter relevante no mercado. Atualmente, a marca possui apenas um modelo em seu portfólio, a minivan Pacifica. A limitação de opções tem impactado negativamente a competitividade da Chrysler no setor automotivo.
Shawn Fain, presidente do sindicato United Auto Workers, comentou ao portal InsideEVs sobre a renúncia de Tavares. Ele afirmou que a decisão é "um grande passo na direção certa" para a Stellantis. Fain tem criticado a gestão de Tavares e a forma como os trabalhadores foram tratados.
A Stellantis agora enfrenta o desafio de encontrar um novo líder para reverter sua trajetória negativa. O conselho de administração espera que a transição ocorra de forma suave, enquanto o comitê interino lidera a empresa até a nomeação de um novo CEO.