O futuro dos carros elétricos está em risco. A decisão do presidente Donald Trump, ao assumir seu segundo mandato, de encerrar incentivos para a produção e venda desses veículos nos Estados Unidos, marca uma nova fase no setor automotivo. Trump anunciou o fim do “Green New Deal”, alegando que a medida ajudará a salvar a indústria automobilística americana e proteger empregos.
Por trás desse discurso, está a dificuldade das montadoras americanas em competir com marcas chinesas e a resistência dos consumidores em trocar carros a combustão por elétricos.
Montadoras recuam na aposta por elétricos
O movimento de abandono dos carros elétricos não começou nos EUA. A GM, por exemplo, anunciou em 2035 que produziria apenas veículos elétricos. Mas, em 2024, a pressão das concessionárias fez a empresa rever o plano. Agora, a montadora está investindo em híbridos plug-in, que combinam motores a combustão e elétricos.
O Grupo Stellantis também mudou sua estratégia. A Chrysler suspendeu o lançamento de seu primeiro SUV elétrico, previsto para 2026. Já a RAM pode trazer de volta o motor V8 às picapes, após críticas de clientes que não se adaptaram ao motor seis-cilindros.
Outras marcas, como a Ford, também enfrentam desafios. A produção da F-150 Lightning, versão elétrica da picape mais vendida nos EUA, foi reduzida devido à baixa demanda. Preços elevados e falta de infraestrutura para recarga estão entre os principais problemas.
Na Europa, a situação não é diferente. A Volvo adiou o fim da produção de modelos com motor a combustão, como o SUV XC90, devido à queda nas vendas. Já a Porsche, que havia retirado as versões a gasolina do Macan de alguns mercados, também repensa seus planos.