
O Brasil registrou um aumento significativo na exportação de carros no primeiro bimestre de 2025, com um crescimento de 54,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. O aumento foi impulsionado principalmente pelos mercados vizinhos, como Argentina, Colômbia, Uruguai e Chile. No entanto, apesar dos números positivos, as importações também cresceram 26,2%, levantando preocupações sobre a perda de competitividade dos carros fabricados no Brasil.
Exportação cresce, mas importação também avança
A Argentina foi o destaque entre os mercados compradores de carros brasileiros, registrando um crescimento de 172% no período. A Colômbia também teve um aumento significativo, com alta de 52%. Esse avanço reflete a recuperação do mercado automotivo nesses países e a demanda crescente pelos modelos brasileiros.
Por outro lado, as importações também subiram, com a Argentina mantendo a liderança como principal fornecedora de carros para o Brasil, com 47% de participação. A China vem logo atrás, com 28%, seguida pelo México, que caiu de 11% para 7%. Os carros importados de fora do Mercosul representaram 10,3% dos emplacamentos no primeiro bimestre, reforçando a presença crescente dos modelos chineses no mercado brasileiro.
Competitividade brasileira em risco
Apesar da alta nas exportações, a perda de competitividade preocupa o setor. Em 2013, os carros brasileiros representavam 22,5% das importações nos mercados da América Latina, percentual que caiu para 13,9% em 2025. Essa queda não se deve apenas ao aumento das importações de carros chineses, mas também à dificuldade do Brasil em manter sua posição como fornecedor estratégico para a região.
A burocracia também impacta as exportações, com processos de homologação demorando entre seis e oito meses, dificultando a expansão dos fabricantes nacionais para novos mercados. Para recuperar espaço, o Brasil precisa ampliar acordos bilaterais e tornar os processos mais eficientes.