
O hipercarro elétrico, McMurtry Spéirling, desenvolvido no Reino Unido, entrou para a história da engenharia automotiva ao rodar de cabeça para baixo. A façanha foi registrada em um experimento inédito feito pela própria fabricante, usando uma plataforma giratória.
O carro se manteve colado a uma pista metálica invertida com ajuda do seu sistema de ventiladores, que geram força descendente suficiente para desafiar a gravidade.
Sistema “Downforce-on-Demand”
O segredo do feito está no sistema "Downforce-on-Demand", composto por ventiladores que giram a até 23 mil rpm e produzem o equivalente a 2 toneladas de força descendente (4.400 libras) com o simples toque de um botão.
A tecnologia, até então teórica nos bastidores da Fórmula 1, foi aplicada com sucesso no Spéirling — um hipercarro elétrico com dois motores e 1.000 cavalos de potência.
Veja o vídeo:
No teste, o carro foi conduzido por Thomas Yates, cofundador da McMurtry, até uma plataforma metálica. Com os ventiladores ligados, a estrutura girou até inverter completamente o carro.
Mesmo de cabeça para baixo, o Spéirling se manteve aderente e avançou alguns metros antes de parar. Em seguida, a plataforma voltou à posição normal e o veículo partiu como se nada tivesse acontecido.

Ao contrário de um carro de Fórmula 1, o Spéirling não tem motor a combustão — o que elimina o risco de falhas de lubrificação em posições invertidas. Motores convencionais dependem da gravidade para a circulação de óleo, o que torna inviável operar de ponta-cabeça.
A arquitetura elétrica do Spéirling elimina essa limitação, permitindo manobras antes impensáveis.
Histórico de sucesso
O Spéirling já havia chamado atenção em 2022, quando quebrou o recorde da Goodwood Hillclimb, tradicional subida de montanha britânica.
Com o ex-piloto de F1 Max Chilton ao volante, o hipercarro completou os 1,86 km da prova em apenas 39,08 segundos, superando o recorde anterior por mais de dois segundos.
A McMurtry prepara agora uma versão de produção chamada Spéirling PURE, com apenas 100 unidades planejadas. O modelo deverá manter o sistema "Downforce-on-Demand".