A restauração de couro automotivo surge como uma alternativa eficiente para preservar a originalidade e valor dos veículos.
O procedimento, indicado para danos como pequenas fissuras, manchas e ressecamento, recupera a estética do material sem a necessidade de substituição completa.
Danos mais comuns incluem o desbotamento da tinta original — resultado natural do uso, já que o couro é pintado — além de marcas de calça jeans, riscos de caneta e rachaduras causadas pela falta de hidratação.
Pequenos rasgos também podem ser reparados, desde que ainda apresentem condições estruturais adequadas.
Restauração
O processo se inicia com uma limpeza profunda, fundamental para eliminar resíduos e contaminações. Em seguida, é realizado um lixamento delicado da área afetada.
A cor é preparada artesanalmente para reproduzir o tom original do banco ou, se desejado, personalizar o interior do veículo.
Após a pintura, é aplicado o verniz automotivo e, como etapa adicional, é possível incluir a vitrificação, que cria uma camada protetora que aumenta a durabilidade do serviço.
A técnica utilizada se assemelha ao procedimento de pintura automotiva, com a diferença de que o objetivo principal é restaurar a pele do couro — que, por definição, é uma pele morta.
"Toda vez que nós tomamos banho, o ideal é passar um creme para hidratar. A pele do couro é a mesma coisa", afirma a restauradora Jennifer Sudré, em entrevista ao iG Carros.
Produtos inadequados, como limpadores de plásticos, danificam o material.
"Nunca se deve jogar o produto diretamente no couro.Se deve aplicar primeiro na escova ou na microfibra", diz a restauradora.
Pós-restauração
Após a restauração, a conservação do couro exige cuidados similares aos de peças originais. É recomendado a limpeza com produtos específicos e hidratação periódica para evitar ressecamento e novas fissuras.
Investir em vitrificadores, como o "coat" que impede manchas de calça jeans, pode prolongar ainda mais a vida útil do material.
Além dos bancos, o processo de restauração também se estende a outras partes internas, como painéis de porta e revestimentos plásticos e permite a manutenção ou personalização com igual precisão de cor e acabamento.
Trocar todo o couro, em vez de restaurar, raramente compensa. "Quanto mais original o carro, mais valor ele tem", aponta o especialista.
Substituições podem apresentar diferenças sutis no padrão de costura e textura, perceptíveis principalmente para entusiastas automotivos.
Além disso, o couro novo tende a contrastar com o material antigo do restante do interior e compromete a uniformidade estética.
Restaurações, portanto, impactam diretamente a valorização do veículo na hora da venda ou troca. Manter os revestimentos em excelente estado demonstra zelo e cuidado, fatores cada vez mais valorizados por compradores de seminovos.
Restaurar é possível, mas não em todos os casos
Entretanto, nem todo dano é passível de reparo. Rasgos extensos ou desgaste profundo exigem substituição da faixa danificada, embora o procedimento busque igualar ao máximo a tonalidade e o desenho originais. Ainda assim, sutis variações podem ocorrer.
Por fim, a recomendação para quem hesita em realizar a restauração é clara: agir logo.
"Os rasgos começam pequenos. Quanto antes corrigir, menor será o investimento", alerta o Jennifer.
Deixar o dano evoluir aumenta os custos de reparo e reduz a atratividade do veículo, o que é prejudicial até o uso cotidiano, como roupas sujas ou danificadas pelo atrito com o couro deteriorado.
Preservar o couro automotivo, portanto, é um investimento que une conservação, estética e valorização para quem pretende trocar de carro.