Protótipo único da Porsche com design Pininfarina está à venda

Modelo exclusivo de 1969, com apenas 38 mil km rodados, está disponível pela primeira vez após cinco décadas em coleção particular na Suécia

Protótipo único da Porsche 911 com design Pininfarina está à venda na Suécia
Foto: Reprodução/Autoclassica
Protótipo único da Porsche 911 com design Pininfarina está à venda na Suécia

O único exemplar do Porsche 911 B17, projeto experimental desenvolvido em parceria com a lendária casa de design italiana Pininfarina, foi colocado à venda pela primeira vez desde 1974.

A raridade, guardada por décadas em uma coleção particular na Suécia, tem preço inicial de US$ 1,25 milhão (mais de R$  7,1 milhões na cotação atual) e representa um marco pouco conhecido na trajetória da montadora alemã.

O modelo histórico conta com apenas 38 mil quilômetros rodados e permanece em estado original, com exceção da pintura. A cor foi alterada do azul escuro original para o verde atual nos anos 1980.

A venda pública desta peça desperta atenção não apenas pela exclusividade, mas pela relevância técnica e simbólica do projeto. O 911 B17 foi o primeiro e único 911 com carroceria assinada pela Pininfarina, iniciativa que refletiu um momento de abertura da Porsche a novas interpretações de seu clássico esportivo.

Um 911 um tanto quando diferente

Em 1969, a Porsche encomendou à Pininfarina o desenvolvimento de uma nova variante do 911. A proposta previa um esportivo com espaço real para quatro adultos, algo inédito na linha até então. O objetivo era testar a viabilidade de uma versão mais versátil do modelo sem sacrificar o legado estético e dinâmico do cupê.

Para isso, a equipe italiana alongou a distância entre-eixos do 911 S2 em 192 milímetros e modificou a estrutura após o pilar B. Ainda foi criado o espaço para bancos traseiros mais funcionais.

Porsche 911 1969 em fotografia antiga
Foto: Reprodução/La Escuderia
Porsche 911 1969 em fotografia antiga


O acabamento interior recebeu couro preto e soluções ergonômicas inovadoras, enquanto o perfil externo manteve a queda de teto tradicional com adaptações sutis. O resultado, batizado de 911 B17, impressionou pela proposta, mas gerou receios na fábrica.

Com peso de 1.970 kg e distribuição de massas comprometida (39% na dianteira, 61% na traseira), o modelo destoava do equilíbrio que consagrou o 911.

Após rejeitar oficialmente o protótipo, a Porsche arquivou o projeto e passou a investir em soluções internas para um 911 de quatro lugares.

O 911 C20, protótipo sucessor desenvolvido em 1970, também falhou em entregar a performance desejada e permaneceu guardado até sua exibição no Goodwood Revival de 2016.

Já o B17 seguiu outro caminho: vendido em 1972 a um revendedor ligado à Porsche e, dois anos depois, transferido para o colecionador sueco Nisse Nilson, onde permaneceu por quase cinco décadas longe dos olhos do público.

Experimentos como esse anteciparam, ainda que de forma tímida, caminhos que a marca voltaria a explorar décadas depois com modelos como Panamera e Cayenne. Hoje, esses veículos são pilares do portfólio da fabricante alemã.

Veja o veículo à venda