EUA cria cota com tarifa de 10% para carros britânicos

Medida prevê limite anual de 100 mil unidades com imposto reduzido; taxa vigente é de 25%

Land Rover Range Rover Evoque é um dos modelos ingleses vendidos nos Estados Unidos
Foto: Divulgação/Land Rover
Land Rover Range Rover Evoque é um dos modelos ingleses vendidos nos Estados Unidos

Estados Unidos e Reino Unido oficializaram, na quinta-feira (8), os termos iniciais do Acordo de Prosperidade Econômica (DPE), que inclui um capítulo voltado ao setor automotivo.

Entre os dispositivos anunciados, consta a criação de uma cota anual de 100 mil veículos fabricados no país europeu para entrada no mercado norte-americano, sob tarifa fixa de 10%.

Atualmente, veículos britânicos enfrentam uma alíquota de 25% ao ingressar nos Estados Unidos, conforme a tarifa de nação mais favorecida (NMF) vigente. A nova proposta representa uma redução substancial na tributação para unidades dentro da cota acordada.

Detalhes do acordo

Conforme o documento publicado pela Casa Branca, os Estados Unidos fornecerão tratamento tarifário preferencial com base em critérios de reciprocidade e segurança. A medida integra um esforço bilateral para reduzir barreiras comerciais e ampliar o fluxo de bens e serviços.

EUA e Reino Unido firmam acordo comercial
Foto: AP/pool/Carl Court
EUA e Reino Unido firmam acordo comercial

As partes também sinalizaram a intenção de firmar um acordo complementar sobre autopeças, com o objetivo de alinhar padrões regulatórios e garantir estabilidade nas cadeias de suprimento.

O texto prevê que eventuais ajustes tarifários dependerão do cumprimento, por parte do Reino Unido, de requisitos ligados à rastreabilidade das cadeias produtivas e à transparência das estruturas industriais. 

Como contrapartida, os Estados Unidos criarão cotas sob regime de nação mais favorecida para aço, alumínio e seus derivados.


As negociações não têm efeito jurídico vinculante, mas definem as bases para futuras tratativas comerciais em outros setores. Também estão previstas regras de origem para evitar triangulações e discussões sobre reconhecimento mútuo de certificações técnicas.

“Os Estados Unidos e o Reino Unido se consultarão com o objetivo de considerar quaisquer mudanças que possam precisar ser feitas neste acordo para garantir que ele continue mutuamente benéfico”, afirma o documento.