Mais de 1,4 mil postos são autuados por irregularidades em bombas

Dados parciais de 2025, divulgados pela ANP, revelam erros no volume de combustível entregue ao consumidor

Posto de gasolina
Foto: Divulgação
Posto de gasolina

Quase um terço das fiscalizações realizadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em 2025, ao considerar até 24 de abril, detectou irregularidades no fornecimento de combustíveis.

Do total de 4.876 vistorias em postos de abastecimento em todo o país, 1.497 resultaram em autuações por problemas relacionados ao volume entregue ao consumidor.

O estado de São Paulo lidera o ranking, com 1.083 fiscalizações e 414 infrações. Minas Gerais aparece em seguida, com 777 ações e 246 autuações. Goiás, com 151 infrações em 480 inspeções, completa os três primeiros.

Estados como Maranhão, Amapá, Piauí e Rio Grande do Norte registraram os menores índices de ocorrências, com menos de dez infrações cada.

As falhas encontradas variam entre diferenças no volume informado e o efetivamente entregue, além da suspeita de fraudes eletrônicas.

Em alguns casos, dispositivos ilegais manipulam a medição e lesam diretamente o consumidor. A ANP, no entanto, esclarece que não possui autorização legal para abrir as bombas e verificar a presença de chips. Essa competência é exclusiva do Inmetro e dos órgãos delegados.

Ranking de infrações por estado (nº de infrações / nº de fiscalizações)

1) SP — 414/1.083
2) MG — 246/777
3) GO — 151/480
4) RS — 130/329
5) RJ — 119/418
6) CE — 70/119
7) BA — 72/322
8) PR — 53/187
9) PA — 32/148
10) DF — 26/115
11) SC — 24/112
12) MS — 22/88
13) MT — 21/131
14) RR — 19/71
15) AM — 16/88
16) ES — 15/70
17) TO — 14/67
18) AL — 12/94
19) PB — 10/24
20) MA — 9/15
21) PE — 6/85
22) PI — 5/6
23) RN — 5/6
24) SE — 4/18
25) RO — 2/16
26) AP — 0/7

O estado do Acre não teve números divulgados. 

Consumidor tem direito de exigir teste no posto

A ANP confirmou ao iG Carros , por meio de nota oficial, que utiliza o equipamento "medida-padrão de 20 litros" durante as fiscalizações para aferir a exatidão do volume fornecido pelas bombas.

O teste também pode ser solicitado diretamente pelo consumidor, já que os postos são obrigados a manter o equipamento disponível e aferido pelo Inmetro.

Caso haja suspeita de fraude volumétrica — como o uso de chips eletrônicos que simulam um volume maior do que o real —, a ANP aciona o órgão metrológico para atuação conjunta.

São Paulo lança plataforma de postos com bombas seguras

Diante do alto número de irregularidades, o Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo (Ipem-SP) lançou uma  plataforma digital que permite localizar postos certificados com bombas antifraude.

A ferramenta identifica os estabelecimentos equipados com tecnologia que impede manipulações na medição, e segue os critérios estabelecidos pelo Regulamento Técnico Metrológico nº 227/2022, do Inmetro.

O superintendente do Ipem-SP, Marcos Guerson, explicou que essas fraudes digitais “colocam um chip dentro da bomba e, com isso, geram uma medição irreal. O consumidor pode colocar 40 litros no tanque e a bomba registrar 48 litros”.

A plataforma permite filtrar os postos por município e oferece informações atualizadas sobre a certificação das bombas.