Alessandra e Mônica são mães e encontraram oportunidades no setor de transporte rodoviário
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Alessandra e Mônica são mães e encontraram oportunidades no setor de transporte rodoviário

O segmento de transporte rodoviário no Brasil segue majoritariamente masculino, mas iniciativas como o “Elas no Volante”, da LOTS Group, têm ampliado a participação e o reconhecimento das mulheres. Lançado em 2021, o projeto qualificou mais de 60  motoristas e elevou a presença feminina na empresa, subindo de 5% para 10% do quadro de condutores.

Segundo a Secretaria Nacional de Trânsito, apenas 3,4% dos habilitados para dirigir caminhões, ônibus e carretas eram mulheres em 2022. Diante desse cenário, a experiência de mães caminhoneiras que encontraram oportunidade nesse universo destaca a importância de programas de inclusão para diversificar o perfil do setor.

Rotina na estrada e desafios superados

Alessandra dos Santos, de 51 anos, atua como motorista de caminhão desde 2016 e trabalha na LOTS Group há dois anos. Ela relata que enfrentou resistência para ingressar na profissão, além da necessidade de conciliar a rotina de casa, os cuidados com os filhos e os horários de trabalho. A adaptação de horários foi fundamental para alinhar obrigações pessoais e profissionais, escolhendo trabalhar das 16h às 2h para conseguir organizar sua rotina.

Mônica Conceição, de 45 anos, conta ter recebido estímulo da amiga Alessandra para migrar do transporte de ônibus para o de caminhões. Ela diz que o apoio da equipe foi essencial para se sentir segura nos primeiros dias. A jornada vespertina permitiu reorganizar consultas médicas, treinos e tarefas familiares, equilibrando o dia a dia de mãe solo com a nova carreira.

Ambas reconhecem que ao chegar no ambiente rodoviário encontraram apoio e acolhimento dos colegas, inclusive nos momentos mais desafiadores. Alessandra destaca que costumava receber suporte técnico mesmo quando tinha insegurança, especialmente ao realizar manobras, e se sentiu respeitada e protegida no novo ambiente de trabalho.

Acolhimento e incentivo às novas motoristas

Parte expressiva da transformação cultural envolveu também o engajamento dos homens da equipe, como relata Kelly Guimarães, Head de Pessoas da LOTS Group. Ela afirma que há cooperação e compreensão das necessidades das mulheres, com colegas prontos a ajudar em casos de imprevistos familiares, cobrindo turnos sempre que necessário.

A rotina ainda exige superação de desafios culturais e logísticos, mas as próprias motoristas relatam que o clima é de proteção e respeito. Alessandra enfatiza que preconceitos sobre a profissão não se confirmam no cotidiano: “Quem não conhece acha que é um ramo machista, que tem que ser bruto, ignorante. Mas não, somos mulheres que fazem a unha, passam batom, hidratam o cabelo e vêm. Não é um bicho de sete cabeças. É acolhedor, há espaço, é possível.”

Mônica complementa que persistência e coragem são fundamentais para iniciar na área. Ela enfatiza a necessidade de gostar do que se faz, argumentando que, apesar das dificuldades iniciais, é possível conquistar independência e satisfação profissional. A motorista destaca a prioridade com a segurança no transporte, sem cobranças que comprometam o trabalho.

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