
O presidente dos Estados Unidos Donald Trump acusou o Japão de adotar práticas comerciais desleais no setor automobilístico e cobrou, no domingo (29), durante entrevista à Fox News, que o país aumente suas importações de energia e outros bens norte-americanos.
A declaração ocorre em meio a negociações para evitar tarifas de 25% sobre veículos japoneses exportados aos EUA.
A pressão faz parte de uma estratégia de Washington para reduzir o déficit comercial com Tóquio, que no último ano exportou 21 trilhões de ienes (cerca de R$ 798 bilhões) em bens para os Estados Unidos — sendo 28% apenas do setor automotivo.
Críticas ao comércio de veículos
Trump afirmou que os Estados Unidos absorvem milhões de carros japoneses, enquanto o Japão não oferece abertura equivalente ao mercado norte-americano.
“Eles não aceitam nossos carros, e mesmo assim levamos milhões e milhões de carros deles para os Estados Unidos. Não é justo”, disse o ex-presidente ao programa Sunday Morning Futures with Maria Bartiromo, da Fox News.
Ele destacou que transmitiu essa insatisfação às autoridades japonesas, que, segundo ele, reconheceram o problema.
“Temos um grande déficit com o Japão, e eles também entendem isso. Agora temos petróleo. Eles poderiam ficar com muito petróleo, poderiam ficar com muitas outras coisas”, acrescentou Trump.
Setor automotivo em alerta
A indústria automobilística japonesa tenta negociar com Washington a exclusão das tarifas de 25% impostas especificamente ao setor.
Caso não haja acordo, Tóquio também poderá retaliar com uma tarifa de 24% a partir de 9 de julho, agravando ainda mais as tensões comerciais.
Segundo dados oficiais, os automóveis representaram aproximadamente 28% do total exportado pelo Japão aos Estados Unidos no ano passado, equivalente a cerca de 5,88 trilhões de ienes (aproximadamente R$ 223,4 bilhões).
Pressão por equilíbrio comercial
Desde o início de seu governo, Trump tem mantido uma política agressiva para reverter déficits comerciais dos EUA com seus parceiros.
O Japão, que depende fortemente das exportações de veículos, é um dos principais alvos dessa estratégia.
Além dos automóveis, Washington pressiona para que Tóquio amplie compras de petróleo e outras commodities norte-americanas.
Apesar das críticas, autoridades japonesas têm buscado alternativas diplomáticas para preservar a competitividade de sua indústria e evitar um conflito tarifário que poderia prejudicar a economia nacional.