
A BR-116, a BR-101 e a BR-153 são as três rodovias federais mais perigosas do Brasil, segundo dados de 2024 da Confederação Nacional do Transporte (CNT).
Os trechos concentram os maiores números de mortes, que somaram 6.153 em 2024, e colisões no país, conforme relatório com base em registros da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
O levantamento destaca os pontos críticos do sistema rodoviário nacional e serve de alerta após o acidente ocorrido nesta quarta-feira (16), em Porangatu, no norte de Goiás, que deixou cinco mortos na BR-153.
O trecho integra o corredor Araguaia-Tocantins, um dos mais movimentados e perigosos do país.
As rodovias com mais acidentes e mortes
A BR-116 foi a rodovia com maior número de mortes no país em 2024, responsável por 13,3% dos óbitos registrados em estradas federais, com pouco mais de 818 vítimas.
Em seguida aparece a BR-101, com 11,9%, que representa pouco mais de 730, e a BR-153, com 4,4%, cerca de 270, do total de vítimas.
Além de liderarem em fatalidades, as BRs 116 e 101 também ocupam o topo do ranking de acidentes.
A BR-101 responde por 17,5% do total de ocorrências e a BR-116 por 15,7%, , com cerca de 12.800 e 11.500, respectivamente. A BR-381, BR-040 e BR-163 também aparecem na lista.
Minas Gerais é o estado com maior número de mortes nas rodovias federais, somando 794 vítimas fatais ao longo de 2024. Em seguida vêm Bahia (614 mortes) e Paraná (607 mortes).
Os dados refletem tanto a extensão das malhas viárias estaduais quanto o volume de tráfego interestadual e de cargas.
Juntos, esses estados respondem por mais de um terço das fatalidades registradas nas rodovias federais.
As 5 estradas mais perigosas do Brasil (Considerando o número de mortes em 2024, segundo a CNT)
- BR-116 (Liga o Ceará ao Rio Grande do Sul) – 13,3%
- BR-101 (Corta o litoral do Nordeste ao Sul) – 11,9%
- BR-153 (Conhecida como Transbrasiliana, liga o Pará ao Rio Grande do Sul) – 4,4%
- BR-163 (Do Rio Grande do Sul ao Pará) – 3,9%
- BR-316 (De Belém a Maceió) – 3,6%
Causas e padrões de acidentes
O tipo de acidente mais comum nas rodovias é a batida frontal, responsável por mais de 60% das ocorrências com mortes.
Entre os principais fatores estão a reação tardia ou ineficiente do condutor, a ausência de reação e a velocidade incompatível com a via.
Já a maior parte das mortes ocorre à noite (48,5%), e os dias com mais fatalidades são domingo (20%) e sábado (18%).
O custo total dos acidentes em rodovias federais no Brasil, em 2024, é estimado em R$ 16,1 bilhões, sendo R$ 6,1 bilhões relativos a acidentes com mortes.
As ocorrências comprometem não apenas a segurança viária, mas também a logística, o atendimento de emergência e os sistemas de saúde.
O caso da BR-153

O acidente desta quarta-feira (16) em Porangatu, no norte de Goiás, aconteceu após uma batida entre um caminhão, um micro-ônibus e um ônibus, e deixou cinco mortos e vários feridos.
As vítimas viajavam a Goiânia para participar do Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Segundo a PRF, uma carreta invadiu a contramão e bateu de frente com o primeiro ônibus do comboio.
O motorista e três estudantes morreram na hora. O condutor do caminhão também morreu. O segundo ônibus chegou a ser atingido, mas sem feridos.