
Dois caminhoneiros foram multados nesta semana em Dekalb County, no estado do Alabama, por não atenderem à exigência de falar inglês durante uma inspeção de trânsito.
A medida volta a ser aplicada após ordem executiva assinada em junho pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A determinação reforça norma prevista desde a década de 1930, que havia perdido força sob diretrizes do governo Barack Obama.
Com a mudança, condutores que não conseguirem se comunicar no idioma podem ser retirados da estrada imediatamente.
Decisão polêmica
O presidente e CEO da Alabama Trucking Association, Mark Colson, afirmou que a regra busca garantir a segurança viária, permitindo que motoristas leiam placas, compreendam regulamentos e conversem com autoridades.
“ÉÉ tudo uma questão de segurança, é tudo uma questão de conseguir ler as regras de trânsito, conseguir se comunicar com as autoridades policiais e o público em geral”, disse à emissora americana Waff 48.
Segundo a Commercial Vehicle Safety Alliance, todos os condutores abordados devem ser capazes de falar inglês sobre tópicos relacionados ao trabalho e compreender a sinalização rodoviária.
O caminhoneiro José Reyes, que vive em Huntsville, relatou já ter auxiliado colegas envolvidos em acidentes por não falarem o idioma.
Para ele, a fiscalização deve surpreender parte dos trabalhadores.
“Os motoristas estão aqui na estrada, operando com 36.600 kg, e é super perigoso. E eles não conseguem se comunicar e não conseguem ler placas de trânsito; é aí que entra a questão da segurança”, afirmou.
Contexto e funcionamento
A exigência está prevista no Código de Regulamentos Federais e havia sido flexibilizada em 2016.
A nova ordem executiva determinou ao Departamento de Transportes um prazo de 60 dias para revogar a orientação anterior e implementar novos procedimentos de inspeção.
Entre as medidas, está a possibilidade de interdição imediata do veículo e revisão das carteiras de motorista comerciais (CDLs) emitidas a estrangeiros sem residência fixa nos Estados Unidos, com foco em detecção de irregularidades e reforço na validação documental.
O governo norte-americano informou que a ação integra um pacote de mudanças para o setor, incluindo melhorias nas condições de trabalho dos caminhoneiros.
Repercussão
Críticos afirmam que a retomada da fiscalização pode agravar a escassez de motoristas na indústria de transporte.
Defensores sustentam que a medida é necessária para reduzir riscos nas estradas e facilitar a atuação de autoridades em casos de emergência.