
O presidente executivo da Ford, William Clay Ford Jr., afirmou em entrevista ao portal AutoCar, no Reino Unido, que concentrar a produção em SUVs foi um erro estratégico.
A medida, disse, limitou a atuação da empresa em mercados como o europeu e deve ser revista nos próximos dois anos.
Segundo o herdeiro, a escolha favoreceu vendas nos Estados Unidos, mas deixou a Ford “menos robusta” em outros países.
Ele afirmou que um novo plano de produtos será apresentado até 2026, com foco em modelos elétricos e compactos, e reconheceu que a mudança exigirá investimentos bilionários.
Estratégia global em revisão
Bill Ford, bisneto do fundador Henry Ford, disse que a prioridade da empresa será retomar participação em segmentos que perdeu nos últimos anos, especialmente na Europa.
Ele não detalhou quais modelos serão lançados, mas afirmou que a nova linha vai além de SUVs e picapes, explorando nichos urbanos e esportivos.
O executivo ressaltou que a reformulação levará em conta a eletrificação e as preferências regionais dos consumidores.
Impacto no mercado europeu
Nos últimos cinco anos, a Ford concentrou investimentos em utilitários e caminhonetes, retirando de linha hatchbacks e sedãs em várias regiões.
A estratégia elevou a participação da marca no mercado norte-americano, mas fez a fatia europeia cair, abrindo espaço para rivais como Volkswagen e Peugeot.
Especialistas apontam que, com a pressão por veículos de baixas emissões e restrições urbanas, manter oferta restrita a SUVs tornou a operação europeia menos competitiva.
Próximos passos
O plano de diversificação deve incluir parcerias já em andamento, como o acordo com a Red Bull para entrada na Fórmula 1 em 2026, e ampliar a gama de veículos elétricos.
Bill Ford disse esperar “surpreender positivamente” consumidores e investidores, mas admitiu que a transição exigirá ajustes de produção e custos.
A empresa também deve manter a liderança em veículos comerciais, segmento no qual a linha Transit completa 60 anos com crescimento de vendas.