Tesla vai a julgamento coletivo por promessas de carro autônomo

Consumidores da Califórnia dizem ter sido induzidos ao erro desde 2016

Tesla Model Y
Foto: Tesla Motors
Tesla Model Y

A Tesla foi autorizada, em São Francisco, nos Estados Unidos, a responder a uma ação coletiva movida por motoristas da Califórnia que alegam terem sido enganados sobre as capacidades de direção autônoma dos veículos da empresa.


A decisão da juíza federal Rita Lin abre caminho para que milhares de consumidores busquem reparação conjunta.

O processo se baseia em anúncios feitos entre 2016 e 2024, quando a Tesla divulgava que todos os seus carros continham hardware capaz de permitir condução totalmente autônoma.

Segundo a magistrada, a estratégia diferenciada da empresa – que não utiliza publicidade em massa nem revendedores – aumenta a responsabilidade pelas declarações feitas em site, boletins e coletivas.

A montadora, porém, argumenta que não há prova de que todos os clientes foram expostos às mesmas mensagens.

Impacto para consumidores e empresa

O grupo de motoristas abrange quem comprou o pacote “Full Self-Driving” entre outubro de 2016 e julho de 2024 e não aderiu ao acordo de arbitragem da Tesla.

Estima-se que milhares de clientes possam ser afetados. Advogados afirmam que a ação coletiva reduz custos e pode ampliar valores de indenização.

A juíza rejeitou, no entanto, incluir proprietários do pacote “Enhanced Autopilot”, por entender que o produto não exigia funcionalidade total de direção autônoma. O processo tramita no Tribunal Distrital do Norte da Califórnia.

A Tesla, sediada em Austin, Texas, não comentou imediatamente a decisão. Em defesas anteriores, a companhia alegou que era “irrealista supor” que todos os compradores tiveram acesso às mesmas informações publicitárias.

Autoridades federais também investigam se o software de direção autônoma completa da Tesla é seguro.

Esse sistema é considerado peça central do plano de Elon Musk para lançar uma frota de robotáxis nos Estados Unidos.