Risco no volante: celular aumenta em 400% o risco de acidentes

Uso do equipamento compromete as funções essenciais para a direção segura

Motorista dirigindo com celular na mão
Foto: Divulgação/ArthurHidden por Freepik.com
Motorista dirigindo com celular na mão

Um estudo do Departamento de Trânsito e Segurança nas Estradas dos Estados (NHTSA) revelou que o uso de celulares e dispositivos móveis durante a condução do veículo pode aumentar em até 400% o risco de acidentes , transformando um trajeto comum em uma possível tragédia.

A condução com segurança requer atenção adequada de três funções essenciais. A primeira é a cognitiva, responsável pela atenção, concentração e raciocínio. Outra é a  motora, atuante nas respostas rápidas e precisas. A terceira é a sensorial, envolvendo visão, audição e percepção tátil.

Ao se distrair, principalmente ao usar o celular, qualquer umas dessas funções pode ser cerceada, aumentando o risco de acidentes.

Bastam três segundos

Mesmo no suporte do painel, a presença do celular pode comprometer o equilíbrio para estabelecimento da direção tranquila e focada. De acordo com Diogo Figueiredo, gerente de segurança viário, a questão não é apenas o tirar os olhos da via, mas desviar o foco da mente.

“Bastam três segundos de distração para percorrer mais de 80 metros sem controle real da situação. Em um ambiente ativo e mutável como o trânsito, esse tempo é mais do que suficiente para não perceber um obstáculo, pedestre ou ciclista” , afirma.

Smartphones no painel também podem gerar transtornos no trânsito
Foto: Pixabay
Smartphones no painel também podem gerar transtornos no trânsito

Ainda segundo o especialista, o risco está presente em várias situações, como ler uma mensagem, ouvir um áudio ou gravar uma resposta.

“A leitura exige visão e interpretação. Se isso acontece perto de um cruzamento, o condutor pode simplesmente não ver um veículo se aproximando pela lateral. Já ao enviar um áudio, ele retira uma das mãos do volante e compromete os reflexos” , alerta.

Mesmo as tecnologias mais seguras como o viva-voz ou Bluetooth, não destinam a mesma atenção, pois o problema não é só físico, mas mental.

Já com o GPS, o indicado é que o uso seja planejado antes de iniciar o trajeto.

“Mesmo com as mãos no volante, o cérebro está dividido entre a conversa e a percepção do trânsito. Olhando para o GPS, o ideal é configurar a rota com o veículo parado, usar suporte adequado e dar preferência às instruções por áudio. Se for mudar o destino, a parada em local seguro é obrigatória, inclusive no caso de estar parado no semáforo, onde o manuseio do celular também é proibido por lei”, exclama.