
O Honda Prelude voltou ao mercado mundial com a missão de reacender a memória de um dos cupês mais emblemáticos dos anos 90. A nova geração teve sua chegada confirmada ao Brasil no Salão do Automóvel de 2025, e guarda algumas similaridades com o cupê clássico dos anos 90.

Porém, o Novo Prelude foi pensado para ser um esportivo mais amigável no dia-a-dia, enquanto o anterior era conhecido como um "devorador de asfalto".
Estilo: da brutalidade esportiva ao refinamento aerodinâmico
O Prelude dos anos 90 era marcado pelo desenho típico da época: capô baixo e comprido, faróis afilados e proporções de cupê clássico. Era um esportivo de linhas retas, visual agressivo e personalidade forte, facilmente reconhecido mesmo à distância.
No novo Prelude, a estética evolui para algo mais limpo e aerodinâmico. A dianteira longa em formato de cunha, a grade totalmente fechada e a lateral de cintura baixa aproximam o cupê do estilo atual da marca. A traseira é curta e inclinada, com inspiração direta nos coupés modernos.
Apesar dessas diferenças, os dois compartilham o mesmo espírito: proporções baixas, linhas fluidas e perfil cupê.
O novo modelo é menor que o Civic do qual deriva, com cerca de 4,5 metros e apenas 1,35 metro de altura, dimensões que o aproximam da silhueta dos antigos Preludes. Já o entre-eixos encurtado para 2,60 metros reforça a agilidade, lembrando a pegada compacta e precisa dos anos 90.
Interior: simplicidade analógica vs. cockpit digital
Por dentro, o contraste é ainda mais claro. O Prelude antigo trazia o charme analógico da época, com painel voltado ao motorista, instrumentos físicos e ergonomia simples. Era um carro focado no essencial, pensado para quem queria direção direta, sem distrações.
O novo Prelude segue o caminho oposto. A cabine é praticamente emprestada do Civic atual, com telas digitais, melhor qualidade de materiais e recursos avançados de assistência. O cockpit agora combina conectividade, modos de condução e simulador de trocas de marchas, algo impensável nos anos 90.
Mesmo com o salto tecnológico, ambos têm algo em comum : a posição de dirigir baixa e esportiva, que sempre foi uma assinatura do modelo.
Mecânica: da alma VTEC ao híbrido eficiente
Nos anos 90, o Prelude era movido por motores aspirados de alta rotação, incluindo o desejado 2.2 VTEC com cerca de 197 cv na versão Si . O comportamento era tido como visceral: o motor gostava de subir de giro e entregava esportividade pura, somado ao lendário sistema de esterçamento das quatro rodas, que ajudava o cupê a ser ainda melhor em curvas.
O novo Prelude troca a agressividade natural do VTEC por um conjunto híbrido mais racional. O powertrain combina o motor 2.0 de ciclo Atkinson com dois motores elétricos, um gerador e um de tração, totalizando 203 cv e 32,1 kgfm.
A proposta é diferente, mas não menos interessante: torque imediato, consumo baixo e respostas rápidas, com até 22 km/l em testes internacionais.
A transmissão deve ser a eCVT usada no Civic e:HEV, porém recalibrada para simular trocas e deixar a condução mais envolvente, aproximando um elétrico-híbrido da sensação de um carro esportivo tradicional.
Ele acelera de 0 a 100 km/h em 7,2 segundos e chega perto de 200 km/h. Não é tão rápido quanto o VTEC mais forte, mas compensa com respostas imediatas, menor consumo e ajuste orientado ao uso diário.