O caminhão elétrico é uma realidade na Europa onde existem rigorosas leis de emissões de poluentes A questão é que, sem subsídios, chega custar muito mais caro que um similar a diesel. No Brasil, a Volkswagen e a Mercedes-Benz têm planos adiantados de veículos eletrificados. Mas, surge um projeto brasileiro desafiador: a volta da icônica marca FNM com caminhões totalmente elétricos.
Para quem não conheceu, a nova FNM (Fábrica a Nacional de Motores) fez o primeiro caminhão brasileiro, um sucesso entre as décadas de 1950 a 1970, mas extinta em 1980. Atualmente, a marca foi registrada novamente por uma startup do Rio de Janeiro e batizada como Fábrica Nacional de Mobilidades.
Segundo o atual dona da marca, a nova FNM prevê a produção de dois caminhões 100% elétricos, destinados a operações nos segmentos de médios e semipesados e “serão repletos de tecnologia”.
Conforme imagens renderizadas, os novos FNM têm uma cabine de aspecto “neo vintage” em “uma releitura contemporânea” como afirma a startup . O primeiro modelo será o FNM 832 , com comprimento de 6,30 metros e PBT (Peso Bruto Total) de 13 toneladas. Já o segundo modelo, chamado FNM 833 contará com 7,20 metros de comprimento e PBT de 18 toneladas.
O motor elétrico, com tecnologia norte-americana, terá sistema de 650 volts com 355 cavalos. A produção dos veículos utilizará o material nióbio (mais resistente e leve que o aço) em componentes como chassis, freios, suspensões, rodas e demais peças e estruturas, para diminuir o peso dos veículos e aumentar a resistência, o desempenho e a autonomia.
A startup afirma que todos os caminhões da marca FNM serão conectados com Wi-Fi, contarão ainda sistema anticolisão e com inteligência artificial. Numa primeira fase, todos os componentes serão importado. Os preços dos caminhões FNM ainda não foram anunciados.
Nova FNM também quer ter ônibus elétricos
Além dos caminhões, a empresa também pretende concentrar as atividades no desenvolvimento e produção de ônibus elétricos e o chamado sistema RePower, tecnologia que permite a remotorização de veículos diesel para elétricos.
O plano da empresa é começar a produção em novembro em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, numa parceria com a Agrale uma montadora local. “A fabricação vai trazer muita modernidade”, diz o empresário José Antônio Martins
Interessante que a Agrale , uma empresa genuinamente nacional, já produz o Marruá, um utilitário militar que servirá de base para o Bortana EV, um 4×4 elétrico desenvolvido em conjunto com uma startup australiana.
A aposta da nova FNM é trazer “soluções de mobilidade que incentivem o desenvolvimento de uma logística sem poluentes, silenciosa, segura e sustentável no transporte de cargas e de passageiros”. Uma proposta ousada que se realizada vai trazer um impulso inovador num segmento dominado por modelos diesel poluentes. Veja abaixo o vídeo das novidades.