Você já viu esta motocicleta por aqui, há exatos seis meses, na ocasião de seu lançamento. Uma bela café racer pronta pra uso, a Triumph Street Cup foi apresentada para primeiras impressões em um circuito fechado, não muito apropriado para uma motocicleta porém suficiente para que suas qualidades fossem percebidas.
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A maior agilidade em relação ao modelo da qual deriva, a Triumph Street Twin, justamente o que permitiu um bom desempenho em uma pista travada, de curvas bem fechadas, é resultado de um ângulo de cáster mais fechado, 24,4º contra os 25,1º da Street Twin. A posição da Triumph Street Cup também é mais esportiva, graças ao guidão do tipo morcego, foi outra característica da motocicleta que colaborou para bons momentos de diversão naquela pista.
Ficaram em aberto, no entanto, as consideração sobre a nova motocicleta em uma utilização mais corriqueira, como a maneabilidade no trânsito urbano ou a estabilidade em rodovias.
Depois de uma semana em uso “normal”, quando a Triumph Street Cup amarela voltou a ser avaliada, o resultado chegou a surpreender. Em uma viagem de cerca de 400 km em rodovias de trânsito rápido, com poucas curvas, a Cup mostrou que não tem uma posição de pilotagem assim tão esportiva como poderia parecer, mas bastante confortável, não causando cansaço.
O motor bicilíndrico de 900 cm3 e 55 cv, além de ter um ronco muito agradável, como todas as motocicletas da família Bonneville, tem bastante fôlego em altas rotações. É como se fossem dois motores, um suave e torcudo em baixas rotações, ideal para trânsito urbano, e outro potente em altas rotações, capaz de manter velocidades em torno de 160/170 km/h com toda a tranquilidade. Em trechos sinuosos de estradas secundárias, a Cup repetiu o feito da pista, mostrando agilidade e estabilidade.
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No uso urbano, a posição esportiva não compromete sua versatilidade, mesmo com os retrovisores bem estilosos presos na extremidade do guidão e não nos punhos. Em alguns momentos mais “estreitos”, virei os espelhos para dentro, para passarem melhor entre os carros. Isso fecha um pouco o ângulo de visão mas ajuda nos corredores.
Dois dos detalhes estéticos mais interessantes da Triumph Street Twin são pintados de amarelo, na mesma cor do tanque: o pequeno anteparo frontal (não chega a ser uma carenagem) e a rabeta traseira. O primeiro ajuda só um pouquinho na aerodinâmica, mas é muito bonito e chamativo. Já a cobertura do banco do garupa pode ser retirada facilmente, soltando-se apenas dois parafusos, mas aí surgem dois problemas. O primeiro é que a parte do garupa, no mesmo formato da rabeta “à la” anos 60, tende a jogar o passageiro para trás. O outro problema é onde levar a cobertura, caso surja uma carona sem avisar.
Café racer
Para a Triumph Street Cup faço a mesma consideração que fiz com a Royal Enfield Continental GT, café racer de origem indiana mostrada aqui há uns três meses: pode piorar um pouco o conforto, mas um par de semi-guidões tomazeli cairia muito bem, principalmente em relação à estética.
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A Continental GT, por sua vez, é a concorrente mais próxima da Triumph Street Cup, assim como a Harley-Davidson Roadster mostrada na semana passada. Só que com preços bem diferentes: apesar de a Triumph Street Cup ter baixado R$ 1.000 desde seu lançamento (agora é de R$ 40.990), a Continental GT custa bem menos, R$ 24.500, e a H-D Roadster bem mais, R$ 47.600.