Já falei algumas vezes na coluna sobre os hot hatches . Hoje chegou a vez de contarmos a história de outro modelo que teve uma trajetória de sucesso, se tornou um símbolo de carro-esporte e referência em desempenho no país no finalzinho dos anos 80 e também durante a década seguinte.
O “Salão do Automóvel” de 1988, como sempre, atraiu milhares de visitantes. Os apaixonados por carro foram em busca dos importados – ainda raros em nossas ruas – e que apareciam com destaque no pavilhão.
Mas a maior estrela do evento estava no estande da Volkswagen e provocou alvoroço na feira. O VW Gol GTI chamava a atenção pela tonalidade chamada de azul-mônaco, com pára- choques na cor cinza e rodas exclusivas, conhecidas como “pingo d`água”.
A maior novidade estava debaixo do capô, já que o hatch foi o primeiro modelo nacional equipado com injeção eletrônica. O motor de 2 litros e 120 cv com 18,3 kgfm de torque era algo realmente diferente na época. Basta imaginar que o propulsor foi emprestado pelo Santana , um sedã mais pesado e familiar. A receita deu certo e logo conquistou a molecada.
O modelo traz um interior agradável aos olhos. O acabamento é um de seus pontos fortes. À primeira vista se destacam os bancos Recaro com costuras aparentes e regulagem de altura. Eles são envolventes e acomodam o corpo da forma que se espera em um modelo com sangue quente.
O carro da matéria recebeu uma turbina para aumentar pouco a potência. Pouco para os padrões de preparação atual, claro. Com aproximadamente 220 cv ele ficou na medida certa da diversão, com desempenho bastante atual. Guiando é possível perceber que ele tem fôlego para justificar a sigla.
As acelerações no VW Gol GTI
turbo são rápidas e o bloco de 2 litros permanece sempre cheio nas retomadas. Divertido. E a transmissão de cinco marchas, que traz a coifa de câmbio com acabamento em couro, ajuda no desempenho e é um ponto positivo dos modelos da marca até hoje. Até a semana que vem!