Volkswagen Voyage
Divulgação
Volkswagen Voyage

Em algum dia provavelmente frio e nublado de julho de 1981 – porque naquela rica década automotiva os julhos eram como deviam, frios e nublados -, a fábrica da Volkswagen de São Bernardo do Campo paria o primeiro Voyage. O simpático sedã já tinha um irmão, o Gol, um ano mais velho. As irmãs Saveiro e Parati viriam no ano seguinte. É, sem dúvida, uma das famílias de carros antigos mais completas e carismáticas do mercado nacional.

Segundo a Volkswagen, foram produzidas até 1996 (a marca não diz o mês) 465.176 unidades do Voyage da primeira geração. (O atual voltou em 2008, mas não se trata dele aqui).

O que me leva a divagar sobre os destinos desses quase meio milhão de Voyages antigos. Será que o número 17 ainda está vivo? Pode ser que habite a garagem de um aposentado em Santa Rosa do Viterbo que nem faz ideia de que tem um dos Voyages mais antigos do Brasil.

O 50.000 pode ter sido guardado por algum executivo da marca que dava importância a números históricos. Mas e o 50.001, onde foi parar?

E o 181.567? Saiu em preto, branco ou naquele verde-água que só gente chique tinha?

Fico pensando também nos funcionários diretamente ligados à produção – o cara que montava as portas, por exemplo – que compraram o próprio Voyage algum dia. João, 25 anos de Volks, sonhava com um LS 88, mas só veio a ter um GLS 1994, já da frente nova. Hoje o carro está com o filho, que também trabalha na Volks.

E se foram quase 500 mil carros, isso quer dizer que ainda há muitos por aí para adotarmos. A vida toda bem menos popular do que o Gol, hoje o sedã não está tão caro no mercado de antigos.

Tem um GL 1990 à venda perto de casa, por R$ 15.000, que parece estar totalmente original. Eu teria.

Mas, por enquanto, o que me resta é ficar imaginando quem eu era e o que estava fazendo no dia em que ele nasceu.

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