Com a força de um Incrível Hulk, o Renault Kwid mostrou que ainda tem energia para reagir no mercado. Depois de vários meses de problemas, com vendas fracas, o subcompacto produzido em São José dos Pinhais (PR) teve uma venda excelente em fevereiro, colocando-se em quinto lugar no ranking. Porém, muito mais do que o expressivo número de 4.506 emplacamentos, ficando entre os Volkswagen Polo (4.942) e Gol (4.491), a forma como o Kwid conseguiu essa venda mostra que ele possui fôlego armazenado para competir no varejo.
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Na média, somente 70% das vendas de carro são feitas no varejo, ou seja, diretamente para os consumidores, nas concessionárias. Os outros 30% ficam por conta das vendas diretas, para frotistas. Vender muito no varejo significa que o carro tem uma boa aceitação por parte do público. Já as vendas diretas são ocasionais, pois dependem principalmente da renovação das frotas das locadoras. Pois bem: o Renault Kwid esteve muito acima da média, conseguindo 82% de suas vendas diretamente com o público. Em números, foram 3.698 carros vendidos para o público e 808 para frotistas.
Ameaça nos emplacamentos
Para comparar, dos 4.491 emplacamentos do Gol, somente 1.964 foram no varejo (44%). Outro concorrente direto, o Fiat Mobi, vendeu no varejo 2.133 de um total de 3.327 unidades, ou seja, 64%. Isso pode ser interpretado como maior confiança dos frotistas no Gol do que no Mobi e no Kwid, mas também pode ter sido uma promoção especial da Volkswagen para esse segmento. De qualquer forma, o termômetro para o sucesso de um carro ainda são as vendas nas concessionárias, para o grande público.
Rumo ao Top 10
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O novo bom momento do Renault Kwid também o credencia para ser um dos dez carros mais vendidos do ano. Por enquanto, somadas as vendas de janeiro e fevereiro, o Kwid ocupa a 12ª posição, com 7.235 emplacamentos. Porém, já ameaça os dois carros que estão imediatamente à sua frente, o Honda HR-V (11º com 7.474 vendas) e o Fiat Mobi (10º com 8.006 vendas). Para chegar lá, basta o Kwid se manter à frente desses dois carros nos próximos meses.
Outro fato interessante nessa recuperação do Kwid é a troca de posições entre a Renault e a Toyota no segmento de automóveis de passeio. A marca francesa terminou em quinto lugar, com 10.576 emplacamentos (8,2%), enquanto a Toyota caiu para sexto, com 10.020 licenciamentos (7,7%). No acumulado do ano – e considerando também os comerciais leves –, a Renault está em sétimo, logo atrás da própria Toyota. Mas a diferença entre os 7% da Renault e os 8,1% da Toyota é de apenas 3.415 carros. Se o Kwid explodir nas vendas – e tem potencial para isso –, podemos chegar ao final deste ano também com uma surpresa no ranking das marcas.
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O fato é que o Renault Kwid voltou a respirar no mercado. Aparentemente, a Renault corrigiu todos os seus problemas de produção. Agora, terá de manter uma estratégia de marketing intensa (mas realista) para transformar a ótima ideia que é o Kwid num sucesso comercial de fato, coisa que ele ainda não conseguiu nem no Brasil nem na Índia. Eis um carro para ser observado nesta temporada.