Onix Plus Joy: o carro é o bom e confiável Prisma velho de guerra, mas agora tem um nome com maior valor no imaginário
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Onix Plus Joy: o carro é o bom e confiável Prisma velho de guerra, mas agora tem um nome com maior valor no imaginário

Carros mudam de nome com uma velocidade espantosa. Aparentemente, as montadoras não têm nenhum apreço pelas marcas que constroem, desde que surja outra mais vendedora em seu lugar. Quem fica mal nessa história são os consumidores do carro abandonado, pois parece que ele saiu de linha, mesmo que não seja exatamente assim. Digo isso para comentar a mudança de nome do Chevrolet Prisma, que passou a se chamar Onix Plus com a chegada da segunda geração.

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Como dona das marcas, a GM tem todo o direito de fazer o que considera melhor para o seu negócio. Como apreciador da cultura do automóvel e especialista do setor, porém, eu também tenho todo o direito de criticar algumas mudanças. É o caso do Prisma. A impressão que se tem é que o carro foi morto e enterrado sem deixar vestígios. Afinal, até mesmo o antigo Prisma, que poderia ser rebatizado de Prisma Joy, virou Onix Plus Joy. Que nome estranho! É como se o Plus (Mais) não fosse suficiente, tiveram que colocar também o Joy (Alegria).

Fico pensando ainda se o Prisma que está na garagem de milhares de clientes Chevrolet não ficará mais desvalorizado por causa disso. Para saber, teria que fazer uma pesquisa bastante cara e complexa. Portanto, o fato aqui é que a troca de nome não faz jus aos bons trabalhos deixados pelo sedã Prisma no mercado brasileiro. E digo o porquê.

Onix Plus: nova geração do sedã do Onix mereceu o novo nome, mas deixa no esquecimento a boa trajetória do Prisma
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Onix Plus: nova geração do sedã do Onix mereceu o novo nome, mas deixa no esquecimento a boa trajetória do Prisma

Em 2013, quando surgiu como carroceria sedã do recém-lançado Chevrolet Onix, o nome natural, que seria Onix Sedan, não foi adotado. Alguém dentro da GM sugeriu usar o nome Prisma, que era utilizado pelo Celta.

Parecia uma má ideia, pois no “corpo” do Celta, o Prisma era um sedã que não inspirava paixões. Perdia em relevância até para o Corsa Sedan, que virou Corsa Classic e depois apenas Classic. Como se vê, a GM gosta de mudar o nome dos carros, inclusive quando eles continuam sendo os mesmos. A Fiat também já fez isso, com o Uno Mille, que virou Mille, e com o Palio Weekend, que virou apenas Weekend.

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Há outros exemplos na indústria. E um dos exemplos que deveriam ter sido considerados pela GM veio da rival americana Ford. A versão sedã do Ka nasceu como Ka+ (que nada mais era do que o Plus com sinalzinho). Não deu certo. Em pouco tempo virou o que sempre deveria ter sido: Ka Sedan.

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O nome Onix Plus tem maior valor no imaginário

Prisma original, derivado do Celta: era um carro rejeitado, mas o nome foi recuperado com a carroceria do Onix sedã
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Prisma original, derivado do Celta: era um carro rejeitado, mas o nome foi recuperado com a carroceria do Onix sedã

 Agora, voltando ao Prisma do Onix, mesmo herdando uma péssima imagem do Prisma do Celta, ele teve um desempenho espetacular nas vendas. Em pouco tempo mostrou que era um concorrente de peso para os sedãs de sua categoria, como o Fiat Gran Siena, o Hyundai HB20S e o Volkswagen Voyage.

Mais do que isso: o Chevrolet Prisma da geração pós 2013 ocupou em várias ocasiões o posto de quarto ou quinto carro mais vendido do Brasil. Isso valorizou não apenas o carro, mas também o nome Prisma. Ele passou a ser sinônimo de carro grande para sua categoria, confiável para quem ganha um dinheiro suado e com boa tecnologia de conectividade.

Foi uma pedra que chegou feia e se tornou preciosa – muito também por causa dos feedbacks dados pelos clientes e pelas críticas dos jornalistas especializados. A Engenharia da GM completou o trabalho de lapidação.

É ótimo que o Prisma tenha subido de categoria. Subiu tanto que ganhou o direito de levar o nome do campeoníssimo Onix. É merecido, considerando a ótima tradição da Chevrolet na fabricação de sedãs. Já andei no Onix Plus Premier, o topo de linha, e posso dizer que o carro é muito superior ao velho Prisma.

Ficou realmente excelente e eu indico a compra numa disputa com o VW Virtus Highline . Até por isso, seria mais justo com o velho Prisma que pelo menos ele mantivesse o seu nome. Afinal, os dois Joy serão mesmo os da geração passada. Ou a ideia é confundir o consumidor, ao chamá-lo de Onix Plus Joy?

Parece bobagem, mas não é. A indústria automobilística cria valores reais por meio dos valores imaginários que a mídia e os consumidores dão aos seus carros. Por isso, pequenos ajustes de marketing às vezes não são adequados.

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Ao mudar o nome do velho Prisma Joy para Onix Plus Joy, o que a GM está fazendo é usar o valor imaginário criado em torno da nova família Onix para um modelo que não está no mesmo nível. Acho que esse tema daria um bom debate com o pessoal de marketing das montadoras – e não apenas da General Motors.

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