Posicionado no meio da linha do Mobi, a versão Drive é a única equipada com o 1.0 Firefly, o motor que deveria ter vindo de série com o compacto.
Divulgação/Fiat-Chrysler
Posicionado no meio da linha do Mobi, a versão Drive é a única equipada com o 1.0 Firefly, o motor que deveria ter vindo de série com o compacto.

Quando a Fiat ainda trabalhava no desenvolvimento do Mobi (na época, chamado de projeto X1H), o plano era que ele fosse o primeiro carro com motor 1.0, de três cilindros, da marca no Brasil. O desenvolvimento acabou atrasando e decidiram lançar o subcompacto com o velho conhecido 1.0 Fire, de 75 cv. Sete meses depois, o subcompacto finalmente recebe o motor que merecia e deveria ter desde o começo. Enfim, conhecemos o Fiat Mobi verdadeiro.

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Na hora de equipar o Mobi com o 1.0 Firefly, encontraram um problema muito sério: Como colocar o novo motor sem matar as outras versões? A solução encontrada foi oferecer no meio da gama, por R$ 39.870. Dessa forma, as configurações Easy (por R$ 32.380 e R$ 36.340) continuam a ser interessantes para quem quer gastar pouco, o Like (R$ 38.470) é para quem não quer um carro tão simples, o Like On (R$ 42.930) oferece mais itens de série e as versões Way (R$ 39.890 e R$ 44.460) são para quem quer um modelo com certo apelo aventureiro.

No papel, pode fazer sentido. Na prática, há poucos motivos para comprar qualquer outra versão que não seja a  Mobi Drive . Já vem com ar-condicionado, chave canivete com comando para portas e vidros, volante com regulagem de altura e vidros elétricos dianteiros, mais do que as versões mais baratas do subcompacto. E tem itens exclusivos, como o computador de bordo com tela de LCD, direção elétrica e o motor dispensa o tanquinho de partida a frio.

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Mobilidade

Apesar do nome do Mobi vir de mobilidade, ele é bem manso quando equipado com o 1.0 Fire e, para piorar, tem consumo maior (14,7 km/l com gasolina, na estrada). O torque em baixa rotação, o mais importante para quem dirige na cidade, é ruim. O 1.0 Firefly, de 77 cv é o oposto disso. Os 10,9 kgfm de torque aparece de forma linear, chegando ao máximo em 3.250 rpm. Some a direção elétrica e o baixo peso de 945 kg e temos um carro ágil, como deveria ser desde o lançamento.

E é muito econômico. Segundo o Inmetro, faz 16,1 km/l na estrada e 13,7 km/l na cidade, com gasolina. Se abastecido com etanol, rende 9,6 km/l no ciclo urbano e 11,3 km/l no rodoviário. É um ótimo nível de consumo, que o coloca para brigar com o Volkswagen Up! TSI pelo título de carro flex mais econômico do País. Se considerarmos apenas motores 1.0 aspirados, o Mobi é o campeão por alcançar um nível de eficiência energética de 1,44 MJ/km, enquanto o VW Up! marca 1,45 MJ/km.

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Andei no Mobi em duas situações. A primeira foi na pista no Haras Tuiuti, onde a marca fez uma competição para ver quem atingia o melhor rendimento. Consegui 25,2 km/l e estava longe dos melhores, que chegaram a 29,7 km/l. Claro que não é um valor condizente com a realidade, já que andamos em uma pista de asfalto em perfeito estado, sem tráfego ou motivos para frear o veículo.

Tudo bem, fiz outro test-drive, saindo do Haras para ir até Bragança Paulista (SP) e voltar. O trajeto foi uma combinação de rodovia com a estrada de terra que vai até o Haras. Foi curto, mas muito esclarecedor. O compacto é econômico na vida real, pois o computador de bordo marcava 17 km/l, mais do que a média do Inmetro e que sofreu um pouco pela trilha de terra acidentada. E mais: a boa dose de torque deixa o Drive mais interessante do que o aventureiro Way.

Conectado

O aplicativo Live On foi bem projetado e resolve muitos problemas de compatibilidade entre o smartphone e os sistemas do carro. Pena que está em um pacote opcional de R$ 4.650.
Divulgação/Fiat-Chrysler
O aplicativo Live On foi bem projetado e resolve muitos problemas de compatibilidade entre o smartphone e os sistemas do carro. Pena que está em um pacote opcional de R$ 4.650.

Se o Mobi não estreou o motor de três cilindros, pelo menos ficou com outro bom equipamento da Fiat, o sistema Live On . O motorista baixa o aplicativo gratuito no Google Play (Android) ou App Store (iOS) e conecta via Bluetooth com o carro. Assim, o celular pode ser colocado no espaço no painel central e ser usado como central multimídia. “Assim resolvemos erros de compatibilidade que acontecem até mesmo com os sistemas de espalhamento de celulares”, explica Helder Oliveira, líder do desenvolvimento do produto.

A conversa entre o Live On e o veículo acontece sem dores de cabeça. É fácil de conectar e está preparado para deixar um acesso facilitado para um programa de GPS (Google Maps, Waze e outros) e de streaming de músicas (Spotify, TuneIn e mais) de sua preferência. Por ser um aplicativo, a Fiat pode atualizar constantemente, corrigindo erros e adicionando funções de acordo com a demanda.

Claro que não é perfeito. Ainda faltam algumas funções para o tocador de música, o volante não consegue controlar as funções exceto as musicais e a peça que prende o celular é um pouco chata de mexer, pois pode apertar os botões laterais do aparelho se não for colocado corretamente. Além disso, é um opcional exclusivo da versão Drive , como parte de um pacote que custa R$ 4.650 e inclui faróis de neblina, rodas de liga leve 14”, retrovistores elétricos e sensor de estacionamento traseiro.

Apenas uma solução

O motor 1.0 é muito bom e a nova central é interessante. Só que, ainda assim, estamos falando do Fiat Mobi. Todo o resto do carro é o mesmo, então a carroceria continua a balançar um pouco demais em curvas de alta pela falta de barra estabilizadora. Além disso, o espaço interno ainda é um grande problema, principalmente do banco traseiro. E no porta-malas cabe muito pouco. Merecia, pelo menos, a barra estabilizadora já usada na versão Way.

Mesmo com os defeitos, se a sua ideia é comprar um Mobi , compre o modelo Drive . As versões Easy e Easy On são peladas demais, e os modelos Like perderam totalmente o apelo. A configuração Way tem a barra estabilizadora, que deixa o compacto bem mais estável, mas o novo motor é mais importante. É ele quem justifica o Mobi como um subcompacto urbano, econômico e mais barato.

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