Renault Kwid tem desenho que agrada, alta distância livre do solo e bons ângulos de ataque e saída, como num SUV
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Renault Kwid tem desenho que agrada, alta distância livre do solo e bons ângulos de ataque e saída, como num SUV

A Renault aposta alto na chegada do Kwid ao Brasil por preços que partem de R$ 29.990. O carro é fruto de mais de seis anos de trabalho e chega num momento certo para começar a brigar com rivais como Fiat Mobi e VW Up! Feito para ser um modelo de baixo custo, o carro tem até os vidros mais leves, apenas três parafusos nas rodas, entre vários outros detalhes para conseguir o máximo de eficiência quando o assunto é desempenho e consumo, pelo mínimo preço possível. Durante as primeiras impressões ao dirigir do Renault Kwid, ficou claro que a novidade é mesmo concebida para ser simples, mas promete agitar o mercado.

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Para reforçar a estrutura do Renault Kwid e garantir bons níveis de segurança nos testes de colisão do Latin NCAP a Renault tratou de fazer um trabalho sério de melhorias no modelo vendido no Brasil e isso acabou levando a um aumento de 120 kg de peso na comparação com o indiano. Entre outros itens, foram incluídos quatro air bags de série em todas as versões, ancoragem ISOFIX para cadeirinhas infantis e até bancos com outra estrutura. Mesmo assim, o carro ficou com relação entre peso e potência de 11,1 kg/cv, ante 12,1 kg/cv do Fiat Mobi e 11,2 kg/cv do VW Up!

Logo nos primeiros quilômetros ao volante do Kwid, além da simplicidade, chama atenção a leveza da direção com assistência elétrica, importada da Índia. Leve também é o pedal de embreagem, sempre fácil de ser acionado. Acelere e o motor 1.0, de três cilindros, responde rapidamente. São 70 cv e 9,8 de torque  com apenas etanol no tanque, o suficiente para boa agilidade no dia a dia do trânsito urbano. Por uma questão de redução de custo, na comparação com o 1.0 de Sandero e Logan, no Kwid o comando de válvulas é simples, não tem variador de fase e a partida a frio ainda funciona com injeção de gasolina vinda de um pequeno reservatório no motor.

O isolamento acústico do carro não é um primor, mas está dentro do que se espera para um modelo na sua faixa de preço. Boa surpresa mesmo é o câmbio, com relações bem escalonadas e, principalmente, engates sempre fáceis, com boa trambulação (articulação da alavanca), bem melhor do que de Sandero e Logan. A ergonomia também é elogiável, exceto pelos botões dos vidros elétricos no painel e não nas portas, outro sinal de redução de custo. Choveu? Eis que aparece outro item feito para custar menos: o limpador de para-brisa com apenas um braço, seguindo o mesmo sistema de funcionamento do Toyota Etios. 

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Interior bem simples, mas o topo de linha vem com sistema multimídia no painel de série

Um dos trunfos do Kwid, os ângulos de ataque (24°) e saída (40°), bem como a altura livre do solo de 18 cm, de fato, ajudam a superar obstáculos urbanos, como lombadas, valetas e buracos pelo caminho. Mas é altamente recomendável ter cautela nas curvas, já que os pneus são estreitos 165/70R 14 e o alto centro de gravidade não ajuda. Seria bom que o carro oferecesse controle eletrônico de estabilidade, pelo menos como opcional, equipamento que pode ser instalado na nova plataforma CFM-A, o que deverá acontecer no ano que vem.  

Apesar de compacto, com 3,68 comprimento, por 1,47 m de altura e 1,57 m de largura, a Renault tomou o cuidado e oferecer um espaço no porta-malas de 290 litros, ante 215 litros do Fiat Mobi e 285 litros do VW Up! Além disso, o porta-malas também é espaçoso, de 5 litros. Mas o acabamento interno é bastante simples, embora de bom gosto. Assim como os rivais, os encostos de cabeça dos bancos dianteiros são integrados ao encosto, o que também implica em alguns trocados a menos em cada unidade fabricada.

Por conta da leveza conseguida não apenas pela nova plataforma, mas por vários itens feitos especialmente para o Kwid, o carrinho consegue ser bem econômico. De acordo com o Inmetro, na cidade, faz 14,9 km/l com gasolina e 10,3 km/l com etanol. Na estrada, 15,6 km/l com gasolina e 10,8 km/l com etanol. E no uso misto, os números são 15,2 km/l com gasolina e 10,5 km/l com etanol.

Receita para agitar o mercado

O carro também sai bem na foto visto de traseira. Na versão topo de linha, no meio do logo da Renault, vai a câmera de ré
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O carro também sai bem na foto visto de traseira. Na versão topo de linha, no meio do logo da Renault, vai a câmera de ré

O Kwid foi concebido desde o início do projeto para ter componentes específicos para ser um carro de baixo custo, daí os valores atraentes. Começam em R$ 29.990, da versao básica Life, que não tem direção assistida, nem ar-condicionado ou sistema de som. predisposição para rádio e indicadores de troca de marcha e de condução entre os equipamentos. Entretanto, conforme a Renault, apenas 10% dos que encomendaram o carro até agora optaram por essa versão que vai ganhar opção de ar e direção em outubro.

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Com 50% das vendas, a versão Zen conta direção elétrica, ar-condicionado, travas e vidros dianteiros elétricos, rádio com Bluetooth e entradas USB e AUX, a partir de R$ 35.390. E com 40% de procura, o Kwid Intense, topo de linha, sai por R$ 39.990 com retrovisores elétricos, faróis de neblina cromados, Media NAV 2.0 com câmera de ré, abertura elétrica do porta-malas, rodas Flexwheel e chave dobrável.  Além de diferentes detalhes de acabamento externo e interno.

Durante a grande festa de lançamento do Renault Kwid, no estádio Allianz Parque, com a presença de cerca de 800 convidados, além de um show musical com Gilberto Gil e a cantora Anitta, a Renault confirmou que vai manter os preços de lançamento, sem previsão de aumentá-los. Mas apesar da fábrica no Paraná estar trabalhando em três turnos, o volume de produção ainda não atingiu o patamar ideal. Portanto, quem comprar o carro agora deverá recebê-lo apenas entre outubro e novembro. 

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