Toyota Yaris 1.3 CVT: (quase) tudo que o Corolla tem de bom por R$ 69.590

Novo compacto chega com força para bater de frente com Fiat Argo, VW Polo e Honda Fit. Saiba como anda a versão intermediária do novo hatch

Toyota Yaris 1.3 CVT: feito com uma versão evoluída da plataforma do Etios, hatch conta com qualidades do Corolla
Foto: Cauê Lira/iG Carros
Toyota Yaris 1.3 CVT: feito com uma versão evoluída da plataforma do Etios, hatch conta com qualidades do Corolla

O Toyota Yaris carrega grandes expectativas para a montadora japonesa. Conforme o último levantamento publicado pela Fenabrave (Federação Nacional de Distribuição de Veículos), o segmento de hatches compactos compreende 27% do mercado nacional nos cinco primeiros meses de 2018. Com o lançamento, a Toyota passa a contar com um repertório mais vasto para garantir melhores números na categoria.

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A estratégia? "Corollizar" o Yaris. Até internamente, a marca confessa que o Etios não é dos mais bonitos entre os subcompactos. Mas eles também não estão se importando muito, afinal, ele foi o carro mais vendido na Argentina no ano passado. Com o Toyota Yaris , a estratégia muda e fica ainda mais agressiva, principalmente no Brasil. O Corolla supera o Honda Civic nas vendas há mais de dez anos, e o mesmo “DNA” do sedã médio foi aplicado ao lançamento. Dessa vez, quem treme na base é o City.

Para o lançamento, avaliamos uma das versões de maior volume: A XL Plus com câmbio CVT e motor 1.3, que sairá das concessionárias por R$ 69.590. É a primeira vez que esse conjunto aparece em um carro da Toyota no Mercosul, e mesmo sendo uma das versões mais básicas do modelo, é possível cravar: tudo que gosto no Corolla aparece no Yaris.

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Se você quer um carro para acelerar, vá para uma loja da Volkswagen e compre o Polo. A Toyota pensa diferente, dando maior foco para a eficiência energética. Para isso, os motor 1.3, de quatro cilindros, que desenvolve 101 cv de potência vem bem a calhar. O acelerador eletrônico chega a ter um pequeno atraso nas respostas, mas tudo é feito para priorizar o consumo de combustível. Falaremos dele mais para frente.

Como ítens de série, o Yaris traz direção eletroassistida progressiva, ar-condicionado, sistema de fixação Isofix, retrovisor fotocrômico, cinto de três pontos para todos os ocupantes. A versão que avaliamos, com câmbio CVT, traz ainda com computador de bordo, controle de cruzeiro, retrovisores elétricos, volante multifuncional com funções de som e regulagem elétrica dos faróis. Sem falar em uma nova central multimídia, com tela de de sete polegadas, digna de deixar o Corolla com inveja. A marca já confirmou que ela será integrada ao sedã médio, em breve.

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Os materiais utilizados no habitáculo são os mesmos do Etios. Mas isso não torna o Yaris um carro menos competente. Os arremates são bem encaixados e sem rebarbas. A versão que andamos, por exemplo, traz acabamento plástico em imitação de aço escovado, assim como outros detalhes em preto brilhante. Preste atenção na foto e você verá que há até um detalhe simulando costura em couro, nos arredores do painel central. Tecido nas portas? Apenas em um pequeno trecho do encosto de braço.

Foto: Cauê Lira/iG Carros
Destaque do interior é a nova central multimídia, mais prática e intuitiva que a do Corolla atual

Com 1,84 m de altura, me acomodei bem no banco traseiro do hatch. Melhor, inclusive, que a versão sedã. O entre-eixos de 2,5 m é o mesmo para as duas versões, mas o sedã conta com a queda do teto que atrapalha o espaço para a cabeça entre os mais altos. O porta-malas também é um destaque em relação aos rivais: 310 litros, ante 300 litros da dupla VW Polo e Fiat Argo.

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O primeiro triunfo sobre o City? Ele tem controle de estabilidade de série, item que a Honda deixou escapar na hora de revitalizar o sedã compacto no ano passado. No caso do Volkswagen Virtus, ele aparece na configuração 1.6, com Connect Pack. E nós tivemos a oportunidade de testar o equipamento em uma situação adversa.

Equilibrado

Foto: Cauê Lira/iG Carros
Suspensão bem acertada, que garante boa estabilidade e absorve bem as irregularidades do piso agradou no teste drive

O Kartódromo de Granja Viana é um dos mais populares de São Paulo. Com o solo emborrachado em um dia de chuva, é fácil sair de frente no trajeto estreito. E estas foram as condições que enfrentamos ao longo de três voltas com o Yaris por lá. O que mais chama atenção é o acerto de suspensão. Suave, ao mesmo tempo que garante a rigidez necessária para fazer uma curva em alta velocidade. Esta é uma das características mais legais do Corolla.

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O Yaris vem com suspensão McPherson com batente hidráulico na dianteira. Dessa forma, as chatas batidas secas causadas pelos buracos das ruas brasileiras são amenizadas. Ainda tinha a pulga atrás da orelha de que este motor 1.3 não teria potência suficiente por conta do câmbio CVT. E de fato, o carro não empolga nas acelerações. Mas também não fica muito atrás do 1.6 MSI da Volkswagen, ou o 1.3 Firefly da Fiat.

Você não terá o conforto do Yaris em nenhum dos rivais. O Polo, por exemplo, só aparece com câmbio automático na versão TSI, e o Argo tem a opção automatizada que garante um trajeto impreciso e cheio de trancos. É quase uma subcategoria em que a Toyota briga sozinha.

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O Toyota Yaris consolida a estratégia da marca no mercado brasileiro. Junto de Cronos e Virtus, a novidade da marca japonesa passa a integrar a lista dos lançamentos mais importantes do ano. O preço é salgado, considerando que o potencial cliente teria que desembolsar R$ 69.590 por um hatch compacto. Mas por este valor, você não comprará outro modelo tão legal, ainda mais com o competente câmbio CVT que proporciona conforto extremo.

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Ficha técnica

Preço:R$ 69.590
Motor: 1.3, quatro cilindros, flex
Potência: 101 cv a 5.600 rpm
Torque: 12,9 kgfm a 5.600 rpm
Transmissão: automática, CVT
Suspensão: McPherson (dianteira), eixo de torção (traseira)
Freios: discos ventilados (dianteira), tambor (traseira)
Dimensões: 4,14 m de comprimento, 1,73 m de largura e 1,50 m de altura, 2,55 m de entre-eixos 
Porta-malas: 310 litros
Tanque: 45 litros
Consumo: 13,0 km/l na cidade e 14,1 km/l na estrada (gasolina),  8,9 km/l na cidade e 9,9 km/l na estrada (etanol)