Prioridade estética
Eduardo Rocha
Prioridade estética

Novo estilo Toyota

Prius aponta o futuro Corolla ganho no visual, desempenho e tecnologia

por Marcelo Palomino

Autocosmos.com/Chile

Exclusivo no Brasil para Auto Press

Desde o lançamento da quinta geração, no início de 2023, o Toyota Prius impressionou por uma mudança de conceito. Nas quatro gerações anteriores, a impressão é que era preciso pagar uma penitência estética para ter acesso ao híbrido mais vendido da história. Depois de 25 anos de mercado, finalmente a Toyota autorizou que seus designers e engenheiros fossem além do pragmatismo para valorizarem o visual. Ou seja: o modelo abandona os tradicionais conceitos estéticos duvidosos e finalmente ganha uma roupagem atraente.

Nesse caso, houve também uma questão de oportunidade, já que esta nova geração foi concebida do zero, buscando manter a personalidade para ser reconhecido, ao mesmo tempo que passasse a ser mais marcante para diferentes públicos – ou seja: buscando um consumidor mais jovem. Nessa busca de ampliação de público, essa nova geração do Prius traz outra novidade: é oferecido na tradicional na configuração híbrida – com o mesmo sistema usado no Corolla híbrido brasileiro – e agora passa a contar com uma versão híbrida plug-in, que recebe a designação Prime. O modelo não está planejado para ser importado para o Brasil, mas mostra tudo que a nova geração do Corolla vai trazer em relação a novidades técnicas.

Projeto

Pela primeira vez em sua história, os designers e engenheiros da Toyota tiveram total liberdade para repensar o Prius, sem armadilhas estéticas em busca de alta eficiência aerodinâmica (na verdade, este modelo tem coeficiente aerodinâmico pior que o anterior). Foi a forma de pôr fim a um quarto de século de designs horrendos, inspirados em gotas d’água, para ganhar um redesign limpo e eficiente.

Ele é construído sobre uma versão evoluída da plataforma TNGA. Nessa geração o novo Prius ficou 4 cm mais curto, 5 cm mais baixo e 2 cm mais largo e com um entre-eixos 5 cm maior do que o modelo que substitui. O resultado foi um visual mais esportivo e atraente. Ele mede 4,53 m de comprimento, 1,78 m de largura e 1,42 m de altura, com uma distância entre-eixos de 2,75 m.

Visual

O Prius mantém sua silhueta clássica de um só volume, sem dobras na silhueta, mas agora é um carro atraente e bem proporcionado, quase como um fastback esportivo, com alguns traços dinâmicos muito interessantes. A maçaneta traseira oculta, o recorte ascendente na porta dianteira que se projeta para trás, um centro de gravidade mais baixo e elementos que caracterizam o novo family face da Toyota.

Caso da dianteira chamada de Hammerhead Shark, ou Tubarão Martelo, por conta do painel à frente do capô delimitado por refletores em forma de C. Outro detalhe que chama a atenção é a barras de led que corre ao longo da tampa traseira. As rodas de 19 polegadas também ajudam a fornecer uma imagem menos utilitária e austeras que marcavam as antigas gerações.

A bordo

Por dentro, há uma qualidade percebida maior e uma cabine menos futurista do que antes, mas um pouco mais funcional. O mais marcante é a posição traseira do painel de instrumentos digital de 7 polegadas. Ele é elevado e funciona quase como se fosse um head-up display. Sofre, porém, com o mesmo problema que este tipo de solução apresenta nos Peugeot: dependendo da posição do motorista, pode ser parcialmente coberto pelo volante.

A central multimídia pode ter tela de 8 ou de 12,3 polegadas, dependendo da versão. Ela traz o mesmo sistema operacional que começa a ser adotado pelos modelos da Lexus, com maior usabilidade e velocidade que antes. Funciona muito rápido e bem, se conecta perfeitamente com Apple CarPlay e Android Auto sem fio, embora a interface do usuário pudesse ser mais atraente. A marca oferecerá um ambiente escuro, com elementos contrastantes para adicionar sofisticação, com um sistema de iluminação ambiente que funciona em conjunto com o sistema Toyota Safety Sense com alertas sonoros e visuais.

Ergonomia

Por tradição, o Prius oferece uma ótima posição de condução, com boa visibilidade para todos os lados, todos os comandos estão à mão. Desta vez, ele ganhou um console central mais largo, que torna a usabilidade muito mais simples. A sensação do volante e da alavanca com design compacto é agradável.

Os bancos traseiros também são confortáveis, apesar da queda acentuada na linha do teto, que tirou alguns centímetros de folga para a cabeça. O espaço, no entanto, foi melhorado em relação às pernas e ombros, por conta da largura e do entre-eixos maiores. É, em suma, um carro médio típico, adequado para quatro ou cinco pessoas. Em relação à segurança, o Prius já o IIHS Top Safety Pick+ em testes de colisão, graças aos seus oito airbags de série e uma dúzia de ajudas avançadas à condução.

Motorização

O Prius está disponível como um veículo híbrido ou híbrido plug-in. Nesta geração, sai de cena o brando, mas eficiente, motor de quatro cilindros de ciclo Atkinson de 1.8 litro, por um novo 2.0 de 150 cv. Ele é emparelhado com um ou dois motores elétricos, com 111 cv na frente e 40 cv atrás, ligados a uma pequena bateria de 0,91 kWh. O sistema oferece na composição 194 cv de potência na versão com um motor e tração dianteira, enquanto na configuração com dois motores elétricos ele soma 196 cv e conta ainda com tração AWD E-Four, projetado para melhorar a aderência e a dinâmica em curvas ou estradas de baixa aderência. Além da mudança estética, o Prius tratou de se armar para enfrentar a nova onda de modelos elétricos que inundam o mercado de automóveis (Texto de Marcelo Palomino, Autocosmos Chile, e xclusivo no Brasil para Auto Press. Fotos de divulgação) .

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Impressões ao dirigir

Ganho geral

Normalmente, quanto maior a potência, maior o consumo de combustível. Apesar do ganho expressivo da nova motorização, não é o caso. A homologação é de quase 25 km/l em ambiente urbano e melhorou também na estrada e no ciclo combinado. Ou seja, apesar de ter um design menos aerodinâmico e mais potência, a eficiência do sistema da Toyota melhora a cada renovação. A chave, dizem os especialistas, é a plataforma TNGA-C de segunda geração da Toyota. Trata-se de um chassi estruturalmente mais rígido do que o anterior, com um centro de gravidade mais baixo e uma bateria de íons de lítio mais leve e mais densa em energia que a antiga, de níquel-hidreto metálico.

O Prius continua a usar uma transmissão automática e-CVT, mas redesenhou o sistema de frenagem e adicionou um impulso hidráulico ativo que melhora a sensação no pedal de freio. O resultado é um carro muito mais divertido de dirigir. O chassi é muito bom, com muita estabilidade linear e um alto equilíbrio em curvas, sem sacrificar nada a filtragem de solavancos e irregularidades no pavimento.

A direção também foi melhorada e ficou mais responsiva e precisa. A entrega de energia é alta, embora não seja super energética, mas é mais do que suficiente para o uso diário e oferece até alguma esportividade. Há muito torque para empurrar, embora quando se pisa mais forte, o motor endotérmico entra em ação e o som invade o habitáculo sem cerimônias. O que não é de todo ruim para quem busca um pouco de esportividade. E é mais um elemento que torna este o Prius mais divertido de dirigir de todos os tempos.

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