Mobilidade de futuro
Cotado para o Brasil, o Avenger impressiona no visual e no desempenho
por Luca Basso
Infomotori.com/Itália
Exclusivo no Brasil para Auto Press
O mercado de carros elétricos se expande cada vez mais. Um reflexo óbvio é a maior competição entre as marcas, com o consequente aumento de oferta de modelos para o consumidor. A Jeep decidiu, então, atacar esse mercado seguindo à rica a filosofia estabelecida para a marca nos últimos anos pelo grupo Stellantis: oferecer modelos mais acessíveis – ou seja, menores –, sem abrir mão das características da marca. É aí que entra a nova configuração do SUV compacto Avenger, primeiro modelo 100% elétrico da marca. Ele tem 4,08 metros de comprimento – 17 cm a menos que o Renegade – e um design frontal bastante identificado com o Compass, enquanto a traseira remete ao próprio Renegade .
O SUV é estruturado sobre a plataforma CMP-e, versão para modelos elétricos da arquitetura usada pela Peugeot na linha 208/2008 e pela Citroën no C3 e no recém apresentado C3 Aircross. E é exatamente por ter a base usada por modelos já produzidos na América do Sul (208 na Argentina e C3 no Brasil) que o Avenger chegou a ser cotado como o primeiro 100% elétrico da Jeep no Brasil. Na Europa, o modelo foi lançado com um motor de 156 cv de potência e 26,5 kgfm de torque, alimentado por uma bateria de 54 kWh, capaz de oferecer uma autonomia de 400 km no ciclo WLTP.
A chegada do modelo ao Brasil, no entanto, foi inicialmente descartada, para que o Avanger não concorresse com o Fiat Pulse . No entanto, essa situação está mudando por conta de um aumento de interesse no segmento B de entrada, exatamente onde está o Pulse e que começa a ser encorpado por Volkswagen Nivus e Renault Kardian . Nesse caso, numa versão convencional, com motor 1.0 turbo, seria produzida em Pernambuco e poderia até substituir o Renegade, que já tem nove anos de mercado .
No visual, o Avenger entrega à primeira vista a origem. A Jeep esclarece que todas as escolhas estéticas foram tomadas por questões práticas e não por simples gosto. O modelo foi pensado para enfrentar o que a marca chama de “trabalho sujo que um SUV tem de fazer todos os dias”. Caso das faixas de plástico preto que cobrem toda a parte inferior do carro, com formas projetadas para evitar qualquer tipo de arranhão na pintura da carroceria e permitir a máxima liberdade de movimento. É a mesma lógica dos faróis protegidos por uma moldura, para evitar possíveis danos sem comprometer sua funcionalidade.
As dimensões compactas do carro reforçam essa vocação mais aventureira. Os 4,08 metros de comprimento 1,72 m de largura, 1,53 m de altura e distância entre-eixos de 2,56 m. O veículo tem uma distância livre para o solo de 20,9 cm na suspensão, o ponto mais baixo, e ventral de até 22,3 cm, onde fica a placa de proteção da bateria. O peso também deve ser enfatizado. São 1.500 kg, excelente resultado para um carro elétrico com essas dimensões.
Praticidade é a palavra de ordem da Jeep e, mesmo no Avenger elétrico, esse elemento se destaca. De fato, existem muitos compartimentos de armazenamento: como a vistosa prateleira colocada no painel dianteiro ou o cockpit central obtido no espaço geralmente dedicado aos comandos de câmbio dos carros térmicos. De resto, a organização do ambiente interno é realmente simples. No centro, há a enorme tela touch com 10,25 polegadas, com conexão sem fio de smartphones. O painel é também totalmente digital e traz elegantes gráficos que facilitam o monitoramento das diversas funções do carro.
Os revestimentos plásticos, por outro lado, dão uma sensação de robustez do todo, ao qual é adicionada uma iluminação led suave muito bem feita. Finalmente, o porta-malas tem um volume de 355 litros. O e-Avanger tem preços na Europa entre 38 mil e 43 mil euros – entre R$ 210 mil e R$ 240 mil –, dependendo da versão, mas sem incluir os incentivos governamentais, que estão ficando menores à medida que os carros elétricos se normalizam no mercado.
Impressões ao dirigir
Função múltipla
Logo no início do teste a bordo do Jeep Avenger, foi preciso enfrentar uma situação de tráfego intenso, ideal para o uso do modo de condução Eco, com a frenagem regenerativa no máximo, que não tem uma modulação muito fácil – seria mais prático colocar botões atrás do volante para o ajuste da intensidade. Com o trânsito mais livre, foram acionados os modos Normal e Sport, sendo que o último aumenta sensivelmente o vigor, com reações impressionantes. De fato, a aceleração de zero a 100 km/h é em torno de 9 segundos, enquanto a velocidade máxima é de 150 km/h.
O centro de gravidade rebaixado fornece uma aderência na estrada bastante positiva, especialmente em curvas abordadas em alta velocidade. Bem a resposta da direção, muito confortável quando se trata de lidar com situações que exigem agilidade. Deve-se ressaltar que no modo Sport, a direção se torna muito mais rígido e retorna aquela sensação clássica de corrida.
Depois da avaliação em asfalto, a proposta foi levar o Jeep Avenger para a terra. Ele se desvencilhou bem entre os obstáculos e demonstrou grande agilidade, apesar de esta versão ser equipada apenas com tração dianteira – está prometida uma versão 4X4. Para estas situações, há disponíveis os modos Sand, Mud e Snow, que fazem valer os ângulos de ataque de 20°, ventral de 20° e de saída de 32°. Durante o teste, o consumo ficou entre 4 e 7 km/kWh, valores bem aceitáveis pelas condições impostas – um hatch compacto faz, em média 7 km/kWh. O Jeep Avenger pode receber recarrega de até 11 kW em corrente alternada e 100 kW em corrente contínua DC. Para a carga completa, são cerca de 6 horas no primeiro caso e uma hora no segundo.
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