BYD Tan ganha em forma e conteúdo
Eduardo Rocha
BYD Tan ganha em forma e conteúdo

Polo positivo

BYD aproveita o bom momento no mercado e atualiza o SUV elétrico Tan

por Eduardo Rocha

Auto Press

A BYD resolveu aproveitar a boa fase no mercado brasileiro e passa a trazer o seu modelo de estreia por aqui, o SUV elétrico de sete lugares Tan, com um novo visual e com uma bateria com capacidade 25% maior. Quando o modelo foi lançado, em fevereiro de 2022, a marca era pouquíssimo conhecida no país e encarava ainda as dificuldades inerentes às vendas de um modelo com preço em torno de R$ 480 mil. O modelo continua com o preço estratosférico – custa agora R$ 536.800 –, mas agora a fabricante chinesa se encontra em uma situação bem mais favorável. A BYD hoje é quem mais vende carros elétricos no país, com os três modelos mais vendidos e cinco dos sete automóveis que lideram este ranking. A perspectiva da marca é que as vendas extrapolem muito as 63 unidades emplacadas no primeiro trimestre desse ano.

Por fora, o Tan adota o conceito de design Dynasty EV, mesmo estilo adotado pelo sedã Han desde sua estreia no Brasil (bem diferente do que o estilo Ocean , que SUV Song Plus deve exibir no segundo semestre deste ano) . Nele, a grade dianteira é eliminada e o carro assume um visual mais típico de carros 100% elétricos, que não precisam de um radiador frontal volumoso. Os conjuntos óticos principais foram mantidos, mas agora são separados por uma barra de alumínio acetinado, que percorre toda a base do capô. O para-choque é dividido por um friso preto e a parte inferior traz uma entrada de ar.

Na traseira, a única alteração foi exatamente na parte inferior do para-choque, que traz um desenho semelhante ao da frente. Essas linhas foram apresentadas pela BYD no ano/modelo 2022. Por conta dessas alterações, o Tan cresceu em exatos 10 cm e tem agora 4,97 metros de comprimento, mas manteve as demais medidas: 1,96 m de largura, 1,75 m de altura e 2,82 m de entre-eixos.

Um ganho mais efetivo foi em relação à bateria, que teve sua capacidade aumentada de 86,4 para 108,8 kWh. Com isso, a autonomia passou de 309 para 430 km, no ciclo do programa brasileiro de etiquetagem veicular. Esse novo conjunto passa a aceitar carga alternada de até 11 kWh (era 7,4 kWh) e de corrente contínua de 170 kWh (era 110 kWh). No primeiro caso, a carga total é obtida em pouco mais de 10 horas e no segundo em menos de duas horas.

Por outro lado, essa mudança representou um aumento de 151 kg no peso do modelo, que passa a ter 2.630 kg. Isso afetou ligeiramente o tempo de aceleração de zero a 100 km/h, que passou de 4,4 para 4,9 segundos. Mesmo com o ligeiro aumento no torque, que passou de 69,4 para 71,4 kgfm. Outra alteração foi a capacidade de reboque, que não era prevista e agora passa a ser de 1,5 tonelada. A potência total se manteve em expressivos 517 cv, sendo 244,8 cv no motor do eixo dianteiro e 272,2 cv no propulsor traseiro.

Para manter melhorar a capacidade dinâmica, o Tan passa a contar com um sistema de suspensão eletrônica semiativa, chamada pela marca de DiSus-C. Com ela é possível alterar o a rigidez dos amortecedores, a partir de um comando na tela central. O sistema tem dois modos de atuação, um mais confortável ou mais esportivo. Na dianteira, a suspensão é do tipo McPherson e, traseira, multilink.

Houve também mudanças na parte de habitabilidade. Agora, a central multimídia passa a ter compatibilidade direta com os aplicativos Android Auto e Apple Car Play, com espelhamento na tela giratória de 15,6 polegadas, enquanto o painel de instrumentos conta com uma tela de 12,3 polegadas. Como já acontece com o sedã Han, a central passa a oferecer o recurso de karaokê com quatro zonas de captação de voz. O modelo dispõe ainda de carregador de celular por indução e de áudio Dynaudio Performance, com 775 W, volante com ajuste elétrico com aquecimento e memória de posição, , bancos com ajuste elétrico, massagem, ventilação e aquecimento, teto solar panorâmico, ar-condicionado com duas zonas de temperatura na frente e outra para a parte traseira, etc.

Na parte de segurança, o Tan traz câmera 360º, heap up display e diversos sistemas avançados de auxílio ao condutor, ADAS (Advanced Driver Assistance Systems ou sistemas avançados de assistência ao condutor. Caso do alerta de tráfego cruzado na dianteira e na traseira, monitoramento de faixa, frenagem automática de emergência, farol com comutação automática, alerta de ponto cego, além de sete airbags, sendo que os de cabeça alcançam a terceira fileira de bancos (Fotos externas de Eduardo Rocha, Auto Press. Fotos de interior de divulgação).

Primeiras impressões

Evolução dinâmica

Com as mudanças externas, o BYD Tan passa a trazer um visual de carro elétrico, segmento em que a marca chinesa vem se consagrando no país. O SUV ainda ganhou duas evoluções que fazem enorme diferença no dia a dia do modelo: o aumento da capacidade da bateria e a nova suspensão de ajuste eletrônico. A primeira mudança aumenta consideravelmente a autonomia do modelo, que passa a ser de 430 km no método do PBEV. É um alcance que permite pequenas viagens sem provocar a famosa ansiedade elétrica, que é o medo acomete proprietários de carros elétricos de ficarem ancorados no meio do caminho.

Já a adoção de uma suspensão com ajuste eletrônica cria uma dupla personalidade para o SUV/crossover chinês. No modo Comfort, o Tan filtra melhor as irregularidades do piso, reduz o ruído de rodagem e cria uma sensação de flutuar sobre a pista, mas sem criar qualquer sensação de descontrole. Nesse modo, a tendência de quem está ao volante é adotar uma postura de quem vai apenas passear, sem maiores estresses – o que é bastante indicado no caso de um SUV para sete passageiros, sendo que os da terceira fileira devem ser preferencialmente crianças.

Já no modo Sport, suspensão e direção ficam mais rígidas e os movimentos da carroceria são mais controlados. Essa configuração é indicada para quem quer explorar mais agressivamente a capacidade colossal dos dois motores elétricos, que somam 517 cv e 71,4 kgfm. A relação peso/potência de 5,1 kg/cv proporciona aceleração de zero a 100 km/h em 4,9 segundos – era de 4,4 segundos quando trazia uma bateria mais leve, mas esse 0,5 s não faz a nenhuma falta. Nesse modo, a filtragem de irregularidades é bem menos eficiente, mas a direção fica mais precisa.

Por dentro, o acabamento do Tan impressiona à primeira vista, mas fica logo claro que apenas segue o padrão de marcas generalistas, ao combinar couro sintético e sued. No console frontal, há uma placa em preto brilhante e os comandos no console central combinam guarnições em preto brilhante, frisos em cromado com peças menos glamourosas, em plástico rígido. Para temperar, pespontos em castanho, mesma cor dos revestimentos de couro.

Em relação ao verniz tecnológico, a estrela no interior é mesmo a tela giratória com 15,3 polegadas. Mas o modelo conta ainda com ajustes elétricos para banco e volante, teto solar panorâmico e diversos outros recursos e confortos. Apesar do preço alto – e na faixa de preço de R$ 500 mil há um sem-número de opções de automóveis bastante glamourosos ‑, este novo Tan tem potencial para atrair um público bem mais numeroso do que o atual.

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