O desafio do Challenger SRT Super Stock
Eduardo Rocha
O desafio do Challenger SRT Super Stock

Fim de uma dinastia

Superesportivo da Dodge é um dos últimos expoentes entre muscle cars, que estão em vias de extinção

por Jonatas Miranda

Autocosmos.com/México

Exclusivo no Brasil para Auto Press

Quando a Dodge anunciou, em 2008, o retorno do Charger e do Challenger, seus muscle cars mais famosos, era inevitável se transportar para um tempo em que o petróleo era barato e a vida era mais simples. Hoje, no entanto, com as limitações imposta às emissões e aos motores a explosão, está cada vez mais claro que em pouco tempo tudo isso vai ficar no passado, junto com os modelos original dos anos 1960. E esse fim se aproxima mais rapidamente para esportivos de rua como o Challenger SRT Hellcat Super Stock, que não se importam com emissões ou consumo excessivo.

Afinal, trata-se do muscle car mais rápido e potente do mundo. O zero a 100 km/h é feito em 3,3 segundos e a velocidade final é limitada a 270 km/h – capacidade máxima do índice W dos pneus 315/40R18. O muscle cars é animado pelo conhecido motor HEMI supercharged com 6.2 litros, gerenciado por um câmbio automático de oito marchas.

Ele não traz nenhuma mudança conceitual, mas vem passando por evoluções efetivas. Esse trabalho faz com que ele renda impressionantes 818 cv de potência e robustos 98 kgfm de torque – são cerca de 10 cv que a versão Redeye.

Dentro da enorme atitude que este muscle car pode ter, os engenheiros tiveram a boa ideia de desenvolver uma eletrônica que através da central multimídia, uma unidade Uconnect. É possível configurar os recursos do Super Stock de acordo com as preferências e a capacidade do piloto. Com ou sem a ajuda da eletrônica, esta versão do Challenger não é o tipo de esportivo que perdoe muitos erros. Se provocado, ele responde. E se o condutor não souber como se defender, é punido.

De qualquer forma, a Dodge dá uma mão para que as reações do Super Stock doam menos e sejam mais divertidas. Caso do controle de largada, controle de tração otimizado, sistema de travamento das rodas dianteiras para aquecer os pneus traseiros e reserva de torque, que funciona como um booster. A versão SRT Hellcat Super Stock foi criado em 2020 para se posicionar entre o Redeye e o Demon mas acabou assumindo o posto de top de gama.

O motor é o do Redeye otimizado, o conjunto rodas/pneus e o escalonamento do câmbio são iguais ao do Demon. Também do Demon vêm a relação de transmissão final mais curta e ajuste de suspensão para os amortecedores adaptativos Bilstein. Nos Estados Unidos, a versão custa, sem opcionais, US$ 91.300, o equivalente a R$ 470 mil. No Brasil, modelos trazidos por importação independente custam em torno de R$ 1,3 milhão (Fotos de divulgação).

Impressões ao dirigir

Potência brutal

Tecnicamente, o Super Stock é um carro de corrida certificado para a rua. Ainda assim, não é muito bem adaptado ao ambiente urbano. Ele tem a base perfeita para a criação de um dragster devastador, mas, mesmo sem qualquer modificação, já se comporta como tal. Por outro lado, tem uma certa dificuldade no tráfego normal, em velocidades baixas. Isso porque o HEMI precisa de muito ar para trabalhar com conforto e caso fique períodos prolongados sem respirar direito, pode começar a tossir. Na estrada, no entanto, ele ganha vigor e o compressor mecânico emite um som mais alto do que o rugido do escapamento.

Ao volante, tudo acontece muito rápido. Em uma estrada, por melhor que seja, dificilmente se encontrará espaço e condições de segurança para, pelo menos atingir a quinta das oito marchas. Como um bom muscle car de tração traseira, o Super Stock se sente muito confortável em retas, mas quando os trechos sinuosos chegam, começa uma briga pelo controle contra as transferências de peso (são 2.014 kg!), já que ele tem a clara tendência de soltar o eixo traseiro e deixar a direção frouxa.

Numa pista, onde tudo é mais seguro, o Dodge Challenger SRT Hellcat Super Stock se transforma no que é, uma verdadeira besta do inferno: barulho, sobresterços violentos e aceleração furiosa mal contida pelo pacote Bilstein de suspensão adaptativa. Aqui só se pode contar com os freios Brembo e a habilidade do piloto.

A carroceira usa a mesma configuração da Widebody e Redeye. Acrescenta rodas de liga leve que acentuam seu estilo maligno; entradas de ar no capô, spoiler traseiro e anagramas Hellcat nas laterais. Os faróis principais têm direcional integrado e as lanternas são as mesmas usadas na Redeye. Por dentro, o Challenger oferece diversos recursos de conforto. Mas é preciso ser honesto: a cabine é excessivamente 2008.

Componentes, distribuição dos comandos, design, materiais, texturas, montagem, tudo é quase igual ao que era 14 anos atrás. Funciona, mas ainda é um carro caro e era de se esperar mais. Em qualquer outro carro, essa característica teria uma enorme importância, mas no caso de um esportivo como o Super Stock, um verdadeiro gerador de sensações ao volante, é possível perdoar esses detalhes.

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