S8: Raivoso e conectado
Eduardo Rocha
S8: Raivoso e conectado

Cara de mau

Audi S8 esbanja tecnologia e mantém o posto de sedã mais radical da marca alemã

por Alexandre Constantino

Autocosmos.com/México

Exclusivo no Brasil para Auto Press

A linha A8, e especialmente a variante esportiva S8, sempre serviram de referência para definir a tendência dos demais modelos da Audi. O sedã é oferecido em duas configurações: a de carroceria curta, como a avaliada, e a longa, com 13 cm a mais no comprimento e na distância entre eixos, para tornar o espaço traseiro ainda mais privilegiado e que recebe um sufixo L no nome. Mesmo a versão menor, porém, tem dimensões generosas, com 5,19 metros de comprimento, 1,95 m de largura, 1,48 m de altura e entre-eixos de 3,00 metros.

A atual geração foi lançada em 2018 e no ano passado passou por uma renovação visual discreta: apenas o suficiente para marcar uma mudança de fase. A grade manteve o formato hexagonal e a moldura cromada, mas trocou os frisos horizontais por elos, que formam uma trama simétrica e complexa. Os faróis ganharam um dente na parte externa e tiveram as seções de luz reorganizadas.

A assinatura em led, que era central, agora se divide na parte superior e interior da lente. A entrada de ar e o cluster do farol de neblina sob o para-choque ganharam uma moldura em L. Tanto o para-choque dianteiro quanto o de trás foram redesenhados, com linhas mais angulosas. Na traseira, o antigo friso cromado dá lugar a um pequeno extrator, também cromado, que contorna as duas saídas duplas de escape. A traseira manteve o friso cromado e a faixa em led que liga uma lanterna à outra, mas os leds são tracejados.

Como acontece com todos os veículos topo de gama da Audi, o S8 recebe com um grau de hibridização leve. No caso, trata-se de um motor elétrico, que é também gerador e aciona todos os periféricos elétricos. Além disso, ajuda o motor de combustão a trabalhar de forma mais leve. Ou seja, o motor a gasolina não possui as funções usuais que reduzem a eficiência, como movimentar o alternador ou acionar o compressor do ar-condicionado. O motor/gerador alimenta uma bateria de 48 V, que também armazena a energia gerada pelo sistema de freio. Ele ainda é conectado mecanicamente ao virabrequim e entra em ação para reduzir a inércia do motor convencional nas acelerações. Tudo isso colabora para reduzir o consumo e as emissões.

Já o motor a explosão não é exatamente o que se pode definir como convencional. Trata-se de um V8 twin turbo de 4.0 litros, que rende robustos 571 cv a 6 mil giros e 81,7 kgfm entre 2.050 e 4.500 rpm. O propulsor é gerenciado por um câmbio automático de oito velocidades Tiptronic, que distribui a força nos dois eixos, através da tração quattro. Este conjunto pode empurrar as mais de 2,2 toneladas do S8 de zero a 100 km/h em 3,8 segundos e à máxima de 250 km/h, limitada eletronicamente.

Por dentro, a central multimídia é inicialmente complexa e intimidante: são dezenas de comandos que devem ser aprendidos, mas se torna bastante intuitivo depois de alguns minutos de manipulação. O motorista tem uma grande quantidade de informações, exibidas em três telas de alta definição. A primeira, com 12,3 polegadas fica no cluster, atrás do volante. Trata-se do famoso Virtual Cockpit, que compõe o painel de instrumentos e é completamente configurável – no S8 não há mais nenhum indicador físico, tudo é virtual. Nele, o usuário pode aumentar ou reduzir a relevância de algum mostrador, como o conta-giros ou velocímetro, para dar mais destaque, por exemplo, ao mapa de navegação.

No centro do console fica a segunda tela, sensível ao toque, com 10,1 polegadas, de onde se controla praticamente todas as funções do S8, desde a seleção musical até a iluminação ambiente, além de acessar as funções do smartphone, que pode ser conectado sem fio. Logo abaixo, aparece a terceira tela, essa com 8,6 polegadas e também sensível ao toque. Ela funciona como interface para o sistema de climatização e também pode ser usada como um pad, para escrever um endereço no navegador ou realizar uma pesquisa na Internet (Fotos de divulgação).

Impressões ao dirigir

Excelência dinâmica

Apenas pelas credenciais do S8–motor V8, quase 600 cv de potência e torque assombroso acima de 80 kgfm –, dá para antever as fantásticas faculdades deste enorme sedã. No momento de pressionar o botão de partida há um desfile de luzes e flashes nas telas que representam todos os sinais vitais do veículo. Surpreendentemente, não há som arrepiante, como costuma ocorrer em esportivos. Aqui há uma valorização da discrição, mas as principais qualidades desse sedã são equilíbrio e bom manuseio.

O S8 é um sedã de mais de 5 metros, um veículo de grande porte com os bônus e os ônus dessa condição. Pensando em manobrabilidade, o sedã esportivo tem uma combinação interessante de dois eixos direcionais extremamente eficientes. Na frente, a direção é direta como deve ser em esportivo, mas se mostra suave nas manobras de estacionamento. O modelo conta com uma engrenagem variável que, dependendo da velocidade, tem uma desmultiplicação que varia entre 9,5:1 e 16,5:1.

O eixo traseiro direcional resolve o clássico conflito de interesses entre estabilidade e manuseio esportivo. As rodas podem ser esterçadas em até 5 graus. Em velocidades até 60 km/h, elas na direção oposta às dianteiras, reduzindo o círculo de giro em até um metro. Acima disso, o esterçamento é na mesma direção, tornando o S8 muito mais estável.

Outro lugar de destaque em um sedã grande como o S8 é o banco de trás. A experiência é similar à de voar em um jato executivo. O assento tem muitos recursos, como aquecimento, ventilação, massagem e a opção por uma postura mais confortável e relaxada, com a Atrás das cabeceiras dianteiras existem enormes telas sensíveis ao toque com conexão wireless ou via cabo para replicar o conteúdo de dispositivos como telefone, tablet ou computador.

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