SUV de guerra
Eduardo Rocha
SUV de guerra

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Classe G tem 4 motores e muita tecnologia para ser um off-road além do limite

por Marco Robles

Autocosmos.com/México

Exclusivo no Brasil para Auto Press

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A Mercedes-Benz apresentou em 2024 uma nova geração de um dos modelos mais icônicos da marca: o novo Classe G. Para o público civil, trata-se da terceira geração do SUV que consegue ser mais caro até que um Classe S – na linha Mercedes-AMG vendida no Brasil, o sedã S 63 E Performance custa a partir de R$ 1.639.900 enquanto o G 63 começa em R$ 1.989.900. Esse descalabro tem origem no fato de o Classe G ter sido criado em 1979 como um veículo militar. O G, de Geländewagen, significa prosaicamente veículo off-road em alemão. A versão civil surgiu apenas em 1990, com um chassi mais leve e compartilhando os motores com a versão militar. Não à toa, se tornou um ícone de qualidade, resistência e potência. Mas a grande novidade dessa terceira geração é mesmo a versão 100% elétrica, G 580 EQ Technology, que ainda não é importada para o Brasil.

O contato com o G 580 aconteceu em Todos Santos, no estado mexicano da Baja California Sur. É uma área desértica cheia de pedras e pode-se dizer que é o o habitat natural da Classe G. Uma das boas surpresas dessa nova geração que a marca não tentou dar um toque especial no modelo elétrico. Pelo contrário, segue o mesmo conceito da gama com motores de combustão interna – um diesel e dois a gasolina. Ele traz aquela figura quadrada clássica, os piscas montados nos para-lamas e faróis redondos ladeando a grade.

Nas laterais, o que denuncia que o modelo possui a tecnologia EQ é um pequeno emblema atrás dos para-lamas dianteiros. Já a frente traz diferenças mais marcantes, como a grade em preto brilhante vazada apenas por quatro frestas horizontais, duas de cada lado da clássica logo da estrela de três pontas. O para-choque dianteiro, embora tenha o mesmo contorno, é também redesenhado. Já interior não traz elementos que gritem a condição de SUV elétrico.

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Console, o design e o acabamento são idênticos aos dos outros Classe G. O estofamento é em couro napa e o volante ostenta um design esportivo, com couro perfurado nas laterais. Na frente há um cluster de duas telas multimídia, uma para o painel configurável e outra para a central multimídia, que incorpora o sistema de navegação MBUX Premium e uma tela com elementos de informação off-road, incluindo a distribuição de torque em cada roda. O sistema de som é assinado por Burmester.

Dependendo do acabamento escolhido, o habitáculo pode trazer inserções em fibra de carbono ou em madeira. O elemento aparece no console central, na moldura do painel de telas, na alça do lado do passageiro, na alça interna da tampa do porta-malas e nas molduras laterais no exterior. No geral, é uma cabine espaçosa para até cinco passageiros, que também possui cinco entradas de carregamento USB-C, além de um carregador de indução na frente.

Do lado da segurança, o G 580 traz nove airbags (frontais, laterais dianteiros e traseiros, de cabeça e um para o joelho do condutor), bem como diversos recursos ADAS. Tem ainda monitoramento do veículo 360°, câmera 360°, pacote de estacionamento autônomo, controle de cruzeiro adaptativo, assistente de direção ativa e função de aviso de saída, entre outros.

A verdadeira magia do Classe G 580 com EQ Technology é mesmo o conjunto motopropulsor, denominado IWD, de Individual Wheel Drive, que se refere a dispor de um motor 100% elétrico para cada roda, coordenados com uma central eletrônica absolutamente poderosa. Esse sistema proporciona diversos benefícios a um SUV verdadeiramente off-road. No total, esses motores entregam 108 kW cada, ou exatos 147 cv, com 29,7 kgfm, totalizado 588 cv e 118,8 kgfm, gerenciados para ter o melhor desempenho em cada pneu. O sistema é alimentado por uma bateria de 116 kWh, com um alcance de 473 km. A velocidade máxima é de 180 km/h.

Primeiras impressões

Off-road tecnológico

Após alguns quilômetros de estrada, onde o Classe G exibiu o tradicional equilíbrio, ficou claro que, pelo fato de bateria e motores estarem na parte baixa da estrutura, o SUV ganhou um maior equilíbrio nas curvas. Para aumentar a diversão, ele possui programação eletrônica que reproduz o som de um motor V8 na cabine, o que muda completamente a experiência a bordo.

A aceleração deste G 580 não é muito inferior à obtida com um G 63 AMG, que faz a tarefa em 4,4 segundos, contra 4,7 s da versão elétrica. Afinal, os números de potência são próximos, embora a baterias elevem o peso total de 2.640 kg do AMG para 3.085 kg. A aceleração é muito forte, sendo que a do G 580 é mais uniforme, se valendo do torque maior – 118,8 contra 86,7 kgfm. O que faz diferença no off-road.

Saindo do asfalto, o trajeto incluiu várias estradas de terra e a uma elevação que deixou a condução mais complicada. À medida que o modelo subia, mais apareciam pedras soltas, estradas quebradas e raízes de árvores. Apesar de não ser uma estrada extrema, foi um desafio maior por conta da unidade estar calçando pneus de uso misto, mais focados no asfalto, cobrindo rodas de liga leve com 20 polegadas de diâmetro.

Nesse ponto, o sistema de câmeras com o recurso de chassi transparente (através de software, cria uma imagem de quase 180 graus do que há abaixo e à frente do carro, o que evita surpresas. Uma das coisas mais interessantes sobre o G 580 em off-road é que o torque é tamanho que o condutor praticamente não precisa acelerar para superar obstáculos. O SUV parece um tanque, que encara e supera os desafios com uma facilidade inesperada. Isso porque os quatro motores independentes ajustam à situação de aderência com perfeição.

Outra vantagem desse conjunto é o G-Turn, uma programação em que o veículo pode girar sobre o próprio eixo, permitindo ficar de frente para o lado oposto da estrada, muito útil em situações em que não há espaço para manobras. Outra programação especial é o G-Steering, onde os pneus do lado interno da curva são travados e as rodas do outro lado dão o impulso para que se entrar em uma curva muito fechada em um único movimento. Mas há um porém: como o torque nessas manobras é muito alto, os sistemas só dever serem usados em pisos de terra ou com baixa aderência, mas nunca no asfalto. Caso contrário, os pneus podem não resistir ao esforço.

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