Renault recupera a ousadia
Boreal resgata valores como design arrojado, sofisticação e tecnologia
por Eduardo Rocha
Auto Press
A Renault quer recuperar sua essência no Brasil. Com a apresentação do novo SUV médio Boreal, que será produzido no Paraná, a fabricante francesa busca trazer de volta valores como tecnologia e sofisticação para sua imagem, que ostentava quando iniciou sua produção nacional em 1998, com a minivan média Scénic. O modelo será produzido na fábrica de São José dos Pinhais, no Paraná e a briga direta, obviamente, será com os dois líderes do segmento de entrada dos SUVs médios, ou C-, Jeep Compass e Toyota Corolla Cross e o preço deve ficar próximo às versões deles com conteúdo semelhante.
O Boreal segue ainda uma outra tradição da marca, de ousar no visual. As linhas cheias de personalidade, com nervuras bem acentuadas no capô na frente e grade bastante trabalhado, de aspecto feroz e ostentando o novo tratamento da logomarca, em aço escovado. As laterais e traseira são fazem uma combinação de áreas bem tonificadas com linhas geométricas bem marcadas. Na coluna traseira, uma cobertura em alumínio uma trama como se fossem marcas de dobraduras. Se a ideia é fazer o modelo se sobressair, em meio à multidão de SUVs que inundam o mercado, a Renault parece no caminho certo. Segundo a marca, tudo isso faz parte de uma estratégia de tornar a marca mais premium.
O Boreal já nasce com diversos recursos disponíveis para um rápido deslanche na produção. Ele compartilha a mesma estrutura RGMP (Renault Group Modular Platform) com o SUV compacto Kardian, marco nesse reinício da marca. Trata-se de uma arquitetura desenvolvida para mercados fora da Europa Ocidental, que exigem uma estrutura mais robusta, que aceita tecnologias de condução autônoma e de eletrificação com custos competitivos.
A ideia é que ela seja aplicada em novos modelos, como na picape média de entrada, chamada provisoriamente de Niágara, que será produzida na Argentina, e também as novas gerações do Duster e da Oroch. Ainda devem surgir um SUV médio cupê, um novo hatch compacto, um SUV do segmento C+ e uma nova geração do utilitário Partner. Seguindo os planos da marca, o Boreal feito no Brasil será vendido na América Latina e Caribe, enquanto a versão produzida na Turquia vai atender os mercados da Europa Oriental, Oriente Médio e países do Mediterrâneo. No total, o Boreal será vendido em 71 países.
Sob o capô, o modelo traz o consagrado motor TCe 1.3T, já aplicado nas versões superiores do Duster. Ele rende 156/163 cv de potência e 25,5/27,5 kgfm de torque, com etanol e gasolina. O que muda é que o Boreal vai trabalhar com um câmbio DCT, de dupla embreagem, e seis marchas, no lugar do CVT de oito relações pré-programadas usado no Duster. A combinação com o DCT deve dar um comportamento mais vigoroso ao novo SUV médio.
As dimensões do Boreal o posicionam bem no miolo do segmento de SUVs médios. Ele tem 4,56 metros de comprimento, 1,84 m de largura, 1,65 m de altura e entre-eixos de 2,70 m, maior que Compass e Corolla Cross, o que se reflete diretamente no espaço interno. A altura livre para o solo é de 21,3 cm e o porta-malas comporta 522 litros, que chegam a 1.279 litros com a segunda fileira rebatida.
O modelo apresentado pela Renault, de pré-série, obviamente contava com todos os recursos que serão disponibilizados na versão mais completa. Alguns exemplos: teto solar panorâmico, rodas de 19 polegadas, sistema de som Harman Kardon Premium, desenvolvido com a assistência de Jean-Michael Jarré, iluminação ambiente em led com 48 cores disponíveis, iluminação full-led, ar condicionado dual zone, acabamentos em couro sintético de boa qualidade etc.
Por dentro, a imagem de tecnologia é reforçada por um console duplo, composto por painel e central multimídia. A primeira tela à frente do motorista tem 10 polegadas, mesmo tamanho da tela da central multimídia. Entre os bancos, um console elevado traz uma alavanca da transmissão bem curta, semelhante à do Kardian. Ao lado, um grande botão giratório altera os modos de condução.
O Boreal ainda traz outros dois recursos tecnológicos. O primeiro são os serviços embarcados da Google, como Maps, Assistente e Play, com acesso a mais de 100 aplicativos. O SUV ainda conta com um arsenal de recursos ADAS, composto por até 24 itens. Estão lá monitoramento de faixa também para e para veículos em sentido contrário com correção no volante, alerta de ponto cego lateral e traseiro, alerta de tráfego cruzado traseiro, frenagem automática em emergência ou em caso de inatividade do motorista, reconhecimento de placas de velocidade, controle de velocidade adaptativo com Stop&Go, assistente de estacionamento semiautônomo, faróis adaptativos etc.
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