A elegância do Q6
Eduardo Rocha
A elegância do Q6

O brilho do Q6

Crossover elétrico que inaugurou nova fase da Audi esbanja desempenho e requinte

por Marcelo Palomino

Autocosmos.com/Chile

Exclusivo no Brasil para Auto Press

O Audi Q6 e-tron foi lançado no Brasil no finalzinho de 2024, mas na prática chegou ao mercado mesmo em 2025. E logo assumiu o posto de modelo 100% elétrico mais vendido da marca, com 61 unidades emplacadas no primeiro semestre, somada aí a versão Sportback. É um número relativamente bom. Representa 72% das vendas de 100% elétricos, 14% entre os eletrificados, que incluem os híbridos, e apenas 2,5% das vendas totais da marca alemã no país. Não é irrelevante, para um modelo que começa R$ 559.990 na versão SUV.

O Q6 e-tron foi o primeiro veículo elétrico de nova geração da Audi, que chegou ao Brasil. Com a carroceria SUV, ele é oferecido na versão Performance quattro e na Performance Black quattro, que sai a R$ 599.990, como a unidade avaliada. Ambas têm a mesma motorização, com um motor por eixo de 194 cv de potência e 28 kgfm de torque cada, que combinados rendem 387 cv e 54,5 kgfm.

A diferença de R$ 40 mil é justificada pela marca pelo visual mais esportivo da Black, que inclui os acabamentos S line, para-choques esportivos, rodas de 21 polegadas no lugar das de 20, pacote de iluminação ambiente mais completo, mais combinações no revestimento interno, head-up display com realidade aumentada e som Bang & Olufsen 3D.

O Audi Q6 e-tron é construído sobre a plataforma PPE, desenvolvida conjuntamente pela Audi e pela Porsche. Ele mede 4,77 metros de comprimento, 1,94 m de largura, 1,70 m de altura e 2,90 m entre os eixos, porta-malas com capacidade de 526 litros, além de outros 64 litros sob o capô, no chamado frunk. Ele pesa 2.325 kg, com 615 kg de carga útil. Só o conjunto de baterias pesa mais de 500 kg. O crossover foi o modelo que estreou a nova linguagem de design para os veículos elétricos da marca, no que foram seguidos até agora pelo A5 e A6. É uma evolução do design usual da Audi, com superfícies limpas e linhas esculpidas, especialmente nos para-lamas, oferecendo uma mistura de musculatura e elegância, com acenos claros à sua natureza elétrica.

A frente é mais vertical, a grade singleframe, no estilo bocão, é fechada e ornada com elementos prateados e pretos brilhantes. No entanto, a maior novidade está nos clusters de luz finos e nítidos, que estreiam uma avançada tecnologia de matriz de led que não só melhora a visibilidade, mas também dá ao veículo um visual futurista, com uma assinatura digital configurável. Além disso, a silhueta é típica de um SUV grande, com rodas grandes de 21 polegadas, espelhos e maçanetas convencionais, vidros coloridos, barras de teto e uma grande superfície envidraçada.

O interior do Audi Q6 e-tron é muito diferente do de outros modelos Audi e se destaca por três coisas: sensação premium (apesar do uso de materiais reciclados), uma grande tela dupla curva, bem no estilo Porsche, e excelente conforto e espaço interior. Esta configuração traz três telas. A do painel de instrumentos tem 11,9 polegadas, a da central multimídia tem 14,5 polegadas e uma terceira tela, só visível pelo passageiro, tem 10,9 polegadas.

Embora existam poucos controles físicos para operar os equipamentos, a Audi projetou uma interface rápida e bastante intuitiva, com gráficos e vários atalhos na mesma tela que melhoram a funcionalidade. Além disso, o volante possui controles táteis, que são muito fáceis de usar e têm ótimos resultados. Tudo isso melhora ainda mais a usabilidade do carro. O que torna a conectividade crítica é que o espelhamento com smartphone não é sem fio: é preciso usar um cabo. Difícil entender esse anacronismo em um carro com tanta tecnologia.

Entre os dois bancos dianteiros há um amplo console central com vários lugares para objetos e espaço para o seletor de marchas, área de carregamento sem fio e controles para modos de direção. Os bancos dianteiros são esportivos, mas extremamente confortáveis. Eles sustentam bem o corpo, permitindo trajetos demorados sem provocar cansaço. Os bancos traseiros são excepcionais graças à enorme distância entre eixos. Não há túnel central, mas o design dos assentos e a extensão do console não permitem que alguém se sente no meio com muito conforto, apesar de ter espaço para receber bem três passageiros.

Impressões ao dirigir

Opção pela elegância

O Audi Q6 e-tron está disponível no Brasil com uma robusta bateria de íons de lítio com 100 kWh de capacidade, capaz de aceitar carregadores de até 270 kW, que nem existem no Brasil. Em um carregador e 150 kW, recupera de 10 a 80% da carga em apenas 30 minutos. Em carregadores domésticos, de 11,4 kWh, a carga completa consome cerca de 10 horas. Mas o mais importante é que a autonomia prometida é de 411 km, segundo o InMetro. A aceleração de zero a 100 km/h é feita em 5,9 segundos, com máxima de 210 km/h.

Percebe-se que é um carro de nova geração, com uma mistura entre esportividade e conforto de alto nível e uma experiência de condução premium. É um herdeiro digno da tradição Audi. Está bem equipado, embora falhe em detalhes como a falta de espelhamento sem fio para a central multimídia. Oferece muita segurança, tecnologia e espaçoso interno. E tem também um bom pacote de equipamentos.

O Q6 e-tron Performance Black quattro tem dois motores e tração integral, com um total de 387 cv e 54,5 kgfm. Mas apesar da potência, o crossover não parece um carro extremamente reativo, ainda mais se comparado ao Porsche Macan, com quem compartilha a plataforma. Talvez seja o peso acima de 2,3 toneladas, talvez a configuração do software, para criar uma dinâmica um pouco mais suave e familiar. E tem aceleração muito linear e é bastante ágil, como se fosse mais leve do que realmente é.

A chave desse comportamento é a plataforma, com um centro de gravidade muito baixo – 500 kg de bateria instalada no piso. Isso que faz com que pareça muito equilibrado, fácil de conduzir e com reações muito rápidas. Além disso, traz um trem esportivo, que rebaixa ainda mais o centro de gravidade. A sensação é que o carro está colado no chão, com pouca rolagem lateral, como se fosse um carro compacto.

O chassi suporta o peso, é bem concebido para ser seguro e tudo isso o torna o Q6 muito dinâmico para uso diário, bastante confortável para viagens, sempre muito responsivo e com um toque mais esportivo. O habitáculo é super silencioso, confortável e fácil de manejar. Já em relação à eficiência, a promessa é de 6 km/kW, mas a realidade não forneceu mais do que 4,8 km/kW. No uso durante uma semana, a autonomia total girou em torno de 430 km, um pouco mais que a previsão do InMetro, de 410 km.

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